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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

DEUS ESPERA QUE SEJAMOS RAZOÁVEIS


DEUS ESPERA QUE SEJAMOS RAZOÁVEIS

Por: Carlos Roberto de Souza – Pastor e Juiz de Direito em SP


Para quem milita na área jurídica o termo razoabilidade nunca foi tão utilizado como na época atual. Com efeito, além do magistrado ou do intérprete buscar a vontade da lei, deve guiar seu critério pelo princípio da razoabilidade. Um réu pode merecer a condenação, mas cabe ao juiz, sopesar o ilícito praticado e sua repercussão na sociedade, os antecedentes do agente e dentre o limite mínimo e máximo da pena, qual deve ser aquela que representa uma pena justa.

No nosso dia-a-dia também precisamos demonstrar equilíbrio e temperança para não exacerbarmos em nossas atitudes. A temperança, ou domínio próprio, é um dos múltiplos aspectos do fruto do espírito (Gálatas 5.22). Há pessoas que por qualquer motivo discute no trânsito, chamam os outros para a briga, ou seja, vivem em constante beligerância por coisas insignificantes.

Li uma crônica que resumia a falta de razoabilidade das pessoas, principalmente nos grandes centros. O sujeito andava apressado numa dessas ruas que sempre estão apinhadas de pedestres e acabou trombando com outro que vinha em sentido contrário. Pediu desculpas e perguntou se o homem havia se machucado e recebeu como resposta. __ O que você está pensando? Além de me dar um esbarrão ainda me pára para pedir desculpas! Faça-me o favor!!!

O exemplo do Cristão é, obviamente, Jesus Cristo. O mestre diz: __ Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para vossas almas (Mateus 11.29 b). Cristo sempre foi razoável. Quando o questionaram sobre se assentar com pecadores ele não quis saber de celeuma, apenas disse que os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes. Disse, ainda, que o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Muitos crentes não demonstram razoabilidade para com os demais. São iracundos, não desculpam as faltas do próximo e até Deus fica aquém da justiça dessas pessoas.

Quem nunca ouviu bravatas do tipo: __ Comigo é oito ou oitenta! Essas pessoas se guiam pela cartilha da tolerância zero quando se trata de contemplar a conduta alheia, porém, quando são apanhadas em algum deslize, apelam para a condição humana como justificativa para o erro, etc, etc.

Quem não conhece a história de Jonas? O quarto capítulo do livro de Jonas é muito interessante por mostrar a falta de razoabilidade do profeta e a lição que Deus aplicou a ele e que serve para cada um de nós.

(Jonas 4:5-11) 5- Então Jonas saiu da cidade, e sentou-se ao oriente dela; e ali fez uma cabana, e sentou-se debaixo dela, à sombra, até ver o que aconteceria à cidade. 6 - E fez o SENHOR Deus nascer uma aboboreira, e ela subiu por cima de Jonas, para que fizesse sombra sobre a sua cabeça, a fim de o livrar do seu enfado; e Jonas se alegrou em extremo por causa da aboboreira.7 - Mas Deus enviou um verme, no dia seguinte ao subir da alva, o qual feriu a aboboreira, e esta se secou. 4:8 - E aconteceu que, aparecendo o sol, Deus mandou um vento calmoso oriental, e o sol feriu a cabeça de Jonas; e ele desmaiou, e desejou com toda a sua alma morrer, dizendo: Melhor me é morrer do que viver. 9 - Então disse Deus a Jonas: Faz es bem que assim te ires por causa da aboboreira? E ele disse: Faço bem que me revolte até à morte. 10 - E disse o SENHOR: Tiveste tu compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; 11 - E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?

Existe uma versão que traz a seguinte indagação de Deus a Jonas: __ É razoável que te ires por causa da aboboreira? Como Jonas existem muitas pessoas que se importam mais com as coisas do que com as pessoas. Jonas desejou até mesmo a morte por causa de uma aboboreira que murchou, todavia, estava entristecido porque Deus resolvera não destruir a cidade de Nínive.

De vez em quando estamos como Jonas, ou seja, com sombra e água fresca, de repente, vem qualquer situação contrária que nos tira da vida cômoda, então a nossa razoabilidade vai para o espaço. Dizemos que não vale a pena sermos fiéis a Deus, que estamos perecendo, que já não agüentamos tantas lutas... Lembre-se que o Salmo 23 começa com águas tranqüilas, com relva verdejante, alma refrigerada, porém, no meio dele há o vale da sombra da morte e o mesmo Senhor continua conosco.

Lembre-se: Deus espera que sejamos razoáveis.

Carlos Roberto de Souza – Pastor e Juiz de Direito em São Paulo

Sm 46:10  Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra.

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