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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Controvérsia sobre alguns textos bíblicos




ALGUNS TEXTOS BÍBLICOS CONTROVERTIDOS


M. Martins*

 

Há vários textos bíblicos de interpretação controvertida, como é o caso da passagem em que Jesus afirma que João, o Batista, era o Elias que havia de vir (Mateus 11:10-14), ou aquele outro em que é dito que Jesus é confundido com Elias ou com Jeremias ou alguns dos profetas (e até mesmo com seu contemporâneo João Batista – Mateus 16:13-16). Vamos estudar alguns destes textos com o fim de demonstrar que não há possibilidade de confusão**.

JOÃO BATISTA: ESTE É O ELIAS QUE HAVIA DE VIR

Os defensores da reencarnação apregoam que João Batista era a reencarnação de Elias. E o fazem com esteio em Mateus 11:10-14. O texto bíblico é basicamente este: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir”. Jesus se referia, logicamente, ao texto de Malaquias 4:5: “Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor” (v. tb. Mateus 17:10-13).
As evidências bíblicas de que João Batista não era Elias são grandes:
1°) Quando Jesus diz “é este o Elias que havia de vir” Ele se utiliza de uma forma figurada de linguagem, tal qual faz em Mateus 12:49 (“Eis aqui minha mãe e meus irmãos”) ao mostrar que qualquer um que fizer a vontade do Pai é seu irmão, irmã e mãe. A Bíblia faz uso de metáforas com nome de personagens conhecidos do passado para indicar a condição de outra pessoa, no presente ou futuro. Por exemplo, em Apocalipse 2.20, o nome de Jezabel (mulher do rei Acabe, profetisa de Baal, que matou vários profetas do Senhor) foi alegoricamente utilizado para representar uma mulher, falsa profetisa, que estava perturbando a igreja de Tiatira. O Profeta Jeremias (Jeremias 30:9) se refere profeticamente a Jesus chamando-o de Davi, então falecido, indicando a linhagem ascendente de Jesus. Há vários outros exemplos de uso de linguagem simbólica na Bíblia (v.g. Hebreus 12:29: Deus = fogo consumidor; 1 Coríntios 10:4: Jesus = pedra; etc). Destarte, Jesus quis dizer que João veio no espírito e virtude de Elias, não que um era a reencarnação do outro.
2°) Esta, aliás, é a mensagem do anjo a Zacarias, pai de João Batista, em Lucas 1:17: “e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias”. Ou seja, João Batista seria semelhante em muitos aspectos ao profeta Elias, assumiria uma posição profética semelhante à deste, mas não seria a sua reencarnação.
3º) João Batista veio no mesmo espírito e virtude de Elias da mesma forma em que houve porção dobrada do espírito de Elias sobre Eliseu (2 Reis 2:9-15),2 ambos contemporâneos (o que significa que Eliseu não poderia ser a reencarnação de Elias). Eliseu foi sucessor de Elias, assim como João Batista também assumiu esta posição. O mesmo Espírito que repousava sobre Elias e, em porção dobrada, sobre Eliseu, repousava sobre João.
4°) No livro de João, capítulo 1, versículo 21, João Batista é inquirido sobre a sua identidade: “E perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E disse: Não sou“. A resposta foi categórica: não sou. E quem melhor para responder a essa pergunta senão o próprio João Batista (que, segundo Jesus, era profeta e, portanto, tinha autoridade para responder à pergunta)?
5°) Em 2 Reis 2:11 lemos que Elias subiu ao céu num redemoinho, foi trasladado. Elias não sofreu morte física, portanto. Uma pessoa que não morreu não pode reencarnar, conforme a doutrina espírita.
6°) Finalmente, o fenômeno da transfiguração (Mateus 17:1-13; Marcos 9:2-13; Lucas 9:28-36). Quem aparece a Jesus, além de Moisés? Elias, não João Batista, que teria sido a última identidade daquele, e assim deveria ter aparecido, segundo os Espíritas.3 Conforme a doutrina espírita, Elias haveria de assumir a sua última identidade – a de João Batista (então morto), o que não ocorreu.4
JÓ: VOLTAR AO VENTRE DA MÃE
Em Jó 1:21-22 lemos: “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribui a Deus falta alguma”. A controvérsia está na expressão “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá”. Estaria Jó professando a reencarnação? A resposta é não, absolutamente não!
Em primeiro lugar, se fôssemos analisar literalmente o que Jó disse, a interpretação seria de que ele estava afirmando que voltaria para o ventre da sua [mesma] mãe naquela sua [única] existência; ou seja, ao morrer, retornaria para o ventre de onde saiu. Mas, ainda essa literal interpretação é um equívoco tremendo.
Jó se referia, certamente, ao ventre da terra, pois era formado do barro e voltaria a ser pó, ou seja, voltaria para o interior da terra, sobre a qual estava prostrado. No capítulo 10, v. 9, Jó ora ao Senhor: “Peço-te que te lembres de que como barro me formaste e me farás voltar ao pó”. O que ele disse tem consonância com o que está escrito em Gênesis 3:19: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”. Note bem: “até que te tornes à terra”; ou, nas palavras de Jó, “nu tornarei para lá”. No Salmo 139:15, Davi faz a mesma alegoria: “Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. (...) Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra”.
No livro de Eclesiastes 12:7, vemos uma confirmação dessa assertiva: “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Não vemos na Bíblia algo do tipo “e o espírito volte a outros corpos, até ser perfeito”. No texto de Eclesiastes acima, a idéia é uma só: o pó volta para terra e o espírito para Deus; não há possibilidade de retornos a outros corpos.
Para enterrar de vez a controvérsia, lembramos as próprias palavras de Jó confirmando que ele não acreditava na reencarnação, mas sim na ressurreição: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior” (Jó 19:25-27). A expressão “ainda em minha carne verei a Deus, vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão” indica claramente a idéia da ressurreição, tal qual o ensinamento bíblico.
NICODEMOS: NOVO NASCIMENTO
Nicodemos, membro do Sinédrio, fariseu, foi ter com Jesus, com quem teve um diálogo: “- Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. Jesus disse-lhe: “- Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. Nicodemos tornou a perguntar: “- Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” Ao que Jesus lhe respondeu: “- Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito. Não te maravilhes de ter te dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:2-8).
O diálogo estabelecido entre Jesus e Nicodemos tem sido motivo de controvérsia. Entendem alguns que o texto indica a clara noção da reencarnação. Observe que a ingênua pergunta de Nicodemos não possui cunho reencarnacionista, embora possa dar a entender isso: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” Voltar ao ventre seria reencarnação, segundo o entendimento reencarnacionista [Nicodemos fala em tornar a entrar no ventre da mãe, e não em reencarnar]. Jesus vai e desfaz tal entendimento: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”. E acrescenta: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito”.
Biblicamente, nascer de novo é abandonar as velhas práticas pagãs e seguir a Cristo; é despir-se do velho homem, deixar que morra e nasça dentro de si uma nova criatura. O novo nascimento é, pois, espiritual, jamais físico ou reencarnacionista. Se uma pessoa nasceu apenas da carne, ele é carne; mas se nasceu do Espírito, ou melhor, se teve um novo nascimento em Cristo, ele é espírito, já não age pela carne: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17); “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios, na vaidade da sua mente. (...) quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renovais no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4:17 e 22-24); “Porque, em Cristo Jesus , nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gálatas 6:15).
Quanto a essa regeneração, Tiago escreveu: “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tiago 1:18). E em 1 Pedro 1:23 ensina-se que fomos de novo gerados [e não reencarnados] de semente incorruptível, pela palavra de Deus [reencarnar significa pagar débito de vida anterior, o que seria uma semente corruptível]: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre”. Receber a Cristo como único e suficiente Salvador é nascer de novo: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:12-13). Este último texto é claro: não nasceram do sangue (gr ex haimatõn = “dos sangues” [no plural], significando que o novo nascimento não vem através de descendência humana). Não é descendência sanguínea, nem da vontade da carne, nem da vontade humana, mas através da aceitação de Cristo como único e suficiente Salvador.
Não se pode confundir regeneração, que é um novo nascimento moral e interior [espiritual], com a reencarnação, que seria o retorno da alma a outro corpo. O ensino de Jesus é no sentido de ser uma nova pessoa, transformada pelo poder de Deus. Lembramos que, no momento em que falou a Nicodemos, Jesus havia expulsado mercadores do templo, quando os judeus lhe perguntaram: “Que sinal nos mostras para fazeres isto?” Jesus responde: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (João 2:18-19). Jesus falava do Seu corpo (v. 21), referindo-se à sua ressurreição três dias após à sua morte (v.22), o que dá nos a certeza de que Ele não se referia à reencarnação quando falou à Nicodemos.
Mais adiante (vs. 23-25), antes da conversa com Nicodemos, o Evangelista testemunha a onisciência de Jesus: Ele não confiava nos que nEle creram vendo os sinais que fazia, pois conhecia-os, sabia o que se passava em seus corações. Nesses incluía-se Nicodemos, a quem Jesus ensinou o novo nascimento, ou seja, a conversão do velho homem em um novo homem, regenerado pelo poder transformador de Deus. Tanto Nicodemos quanto os demais ali presente necessitavam desse novo nascimento, que não provém do sangue, nem da carne e nem da vontade do homem.
JESUS: ANTES DE ABRAÃO, EU SOU
Criou-se, desde o início do Seu ministério, uma grande confusão em torno da pessoa de Jesus, ou de quem Ele seria na verdade. O livro de Lucas nos traz uma idéia dessa confusão: “E o tetrarca Herodes ouviu todas as coisas que por Ele foram feitas, e estava em dúvida, porque diziam alguns que João [Batista] ressuscitara dentre os mortos; e outros que Elias tinha aparecido; e outros que um profeta dos antigos havia ressuscitado” (Lucas 9:7-8). O livro de Mateus também nos fornece uma idéia da dimensão desta confusão: “E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias, e outros Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhe Ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:13-16).
Os textos bíblicos acima nos dão, antes de tudo, a certeza de que os Judeus criam realmente na ressurreição, não na reencarnação [a despeito de algumas seitas judaicas, como os fariseus e os essênios, haverem crido na metempsicose], pois entendiam que João Batista, que era contemporâneo de Jesus, havia ressuscitado, assim como os demais profetas citados. Também nos traz a certeza de que tudo [relativamente à pessoa de Jesus e de João Batista] não se passava de mera especulação, pois Elias foi confundido com João Batista e com o próprio Jesus. Quanto a Elias, o texto do livro de Lucas legitima a narrativa de 2 Reis 2:11 [segundo a qual ele foi trasladado – não morreu], ao informar que alguns pensavam que Elias tinha aparecido e não ressuscitado [ou mesmo reencarnado].
Ainda hoje há quem desvirtue textos bíblicos para, consciente ou inconscientemente, causar igual ou pior confusão da que fora estabelecida. A Bíblia, porém, não gera qualquer confusão; na sua interpretação [e a Bíblia interpreta a própria Bíblia], há de se observar as regras da hermenêutica, nessas se inserindo a observação do contexto bíblico em que o texto está inserido. Certo pregador costuma dizer com profunda razão: texto sem contexto é pretexto para heresia.
Há, dentro do espiritismo, a opinião de que, no texto de João 8:58 (Disse-lhe Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou), Jesus está reconhecendo que uma de suas reencarnações foi como Abraão. Na verdade, Jesus quis dizer que, antes que Abraão existisse, Ele já existia, pois, falando para os judeus, havia afirmado que este exultou por ver o Seu dia, e viu-o, e alegrou-se (v. 56). Observe que a admiração dos judeus ante a afirmação de Jesus confirma esta assertiva: “Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?” (v. 57). Ao que Cristo responde: antes que Abraão existisse, EU SOU (gr. EGO EIMI).7 Em Hebraico essa expressão significa "Eu sempre fui, sou e sempre serei" (YHVH). Jesus estava, na verdade, expressando a sua divindade,8 negada pelos espíritas.
Ainda no livro de João (1:1-3) lemos que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. 9 Jesus estava com Deus desde o princípio. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. A existência de Jesus antecede a todas as coisas, inclusive a Abraão: “O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:15-17).
As palavras de João 1:1-3 são legitimadas pelas de Jesus: “Eu e o pai somos um” (João 10:30). Em João 17:5, Jesus ora ao Pai: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. A preexistência de Jesus é, pois, incontroversa na Bíblia, assim como a doutrina da ressurreição.
Vejamos mais um exemplo em Mateus 22:41-45: “E, estando reunidos os fariseus, interrogo-os Jesus, dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Se Davi, pois lhe chama Senhor, como é seu filho?”. Cristo sempre demonstra a sua divindade,10 a sua existência anterior a todas as coisas e a sua participação na criação. Quem, pois, nega a divindade e os atributos divinos de Cristo, também nega ao Pai: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai” (1 João 2:22-23); “Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou” (João 5:23).
Jesus não somente desapoiou a doutrina da reencarnação, como também ressuscitou três dias após a sua morte para mostrar ao mundo a eficácia da palavra profética e o poder de Deus, confirmando a doutrina da ressurreição e pondo um ponto final nessa discussão sem fundamento.

Notas:
[1] “(...) A frase “Este é” freqüentemente significa “Isto representa,” ou “Isto é como,” ou “isto é um cumprimento de.” Por exemplo, Jesus falando do pão, disse: “Isto é o meu corpo” (Mateus 26:26); e, referindo-se à si mesmo: “Este é o pão...” (João 6:50).” (John Snyder, “Ressurreição ou Reencarnação?”. São Paulo: Edições Vida Nova: 1985, pág. 44).
2  “...vemos o pedido de Eliseu para que lhe fosse dada "porção dobrada do espírito de Elias", feito ao próprio Elias. É evidente que o sentido não se referia ao espírito humano, mas à unção do Espírito Santo de Deus.” “...o nome "Elias", em hebraico, significa "meu Deus", conforme se pode conferir nesta passagem: "Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni; que quer dizer, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27.46). Portanto, a profecia referente à vinda de Elias, antes do dia do Senhor (Ml 4.5) se refere a um profeta com a mesma unção de Elias. Era neste sentido que João Batista era Elias.” (Antônio Eduardo de Araújo Góes Newlands, http://www.geocities.com/kardecxbiblia/).
3 Moisés tornou-se a representação da lei enquanto que Elias passou a simbolizar os profetas.
4 Vide anotações sobre a identidade de Jesus na seção: JESUS: ANTES DE ABRAÃO, EU SOU.
5 “Obedecendo a uma das regras de hermenêuticas (desconhecida dos espíritas), procuramos saber qual era o significado original da palavra ventre, e constatamos que os comentadores da Bíblia de Jerusalém (Edição espanhola, Desclee de Brouwer, Bilbao, Espanha, 1980, p. 656), sobre essa expressão de Jó esclarecem que o vocábulo ventre equivale, no original, à expressão “interior da terra”, ao pó de onde todos nós viemos e para onde vamos: “porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3.19)” (Jefferson Magno Costa, “Porque Deus Condena o Espiritismo”, Rio de Janeiro: CPAD, 1987, p. 160).
6 “Nascer de novo foi traduzido do grego Ánoothen, que na realidade significa nascer do alto. Jesus explica a expressão dizendo que significa nascer da água (batismo) e do espírito (Espírito Santo)” (Tácito da Gama Leite Filho e Úrsula Regina da Gama Leite, Seitas Espíritas, Juerp: 1991, p. 89).
7 “O “Eu sou” de Jesus em João 8:58 está em perfeita simbiose com o “Eu sou” de Deus em Êxodo 3:14”. (Samuel Fernandes Magalhães Costa, ob. cit., p. 100).
8 “...Essa verdade tem sido atacada pelas falsas seitas, pelos falsos mestres e pelos falsos pregadores. Eles a atacam porque o reconhecer Jesus de Nazaré como Deus manifestado na carne implica em que reconheçam também que são pecadores totalmente depravados, sem esperança em si mesmos, e que somente pelo sangue de Cristo e pela sua justiça eles poderão ser salvos, perdoados e preparados para o céu. Eles não querem reconhecer essa verdade porque ainda se apegam à sua justiça própria, esperando alcançar a vida mais sublime, a vida celestial, mediante as obras de suas próprias mãos...” (L.R. Shelton Jr., A divindade de Cristo, Editora Fiel, pág. 7).
9 Este é outro texto controverso. Segundo o kardecismo, tais declarações são opiniões pessoais de João: “Admitindo-se que não tenham sido alteradas, não exprimem, na realidade, senão uma opinião pessoal...” (Allan Kardec, Obras Póstumas – Obras Completas. Edição especial, Opus Editora, p. 1182). No entanto, o próprio Jesus declarou a sua divindade (João 10:38). O testemunho, tanto dos profetas como dos escritores neotestamentários, é no sentido de que Jesus é a segunda pessoa da Trindade.
10 O Espiritismo declara que Jesus não é Deus, mas foi um médium de primeira grandeza, um espírito iluminado que teve por missão ensinar aos homens uma elevada moral. Cremos, com base nas Escrituras, que Jesus é a segunda pessoa da Trindade, o Deus forte (Isaías 9:6), o Verbo [Deus] encarnado (João 1:1), o Salvador (Atos 4:12), o Filho unigênito de Deus (João 3:16), o Todo-Poderoso (Apocalipse 1:8),  o Eterno (Apocalipse 22:13) e o Criador de todas as coisas (João 1:3, 10).  Inobstante, ensina o espiritismo: “Das suas afirmações espontâneas, deve-se concluir que ele não era Deus, ou que, se disse que era, voluntariamente e sem utilidade, fez uma afirmação falsa” (Obras Póstumas, Allan Kardec, pág. 132). Vemos que Kardec chama a Jesus, “a segunda revelação”, de mentiroso e falso. A ele, responde o profeta Isaías: “E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca” (Isaías 53:9). Concluímos, então, que mentiroso e falso é Allan Kardec, fazendo o jogo de Satanás: “Quem comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8).


* Bacharel em Direito pela UFBA, escritor e diretor-fundador da Revista Sã Doutrina.
**Os textos foram adaptados do livro: “O que a Bíblia diz sobre Reencarnação”, de Marcos Martins (Editora Abba Press, 2ª edição: 2004)

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