Pr. Airton Evangelista da Costa
A síndrome ocorre na vida conjugal, quando um dos cônjuges - ou os dois - não se conforma em viver uma vida a dois, até que a morte os separe. Hoje em dia, quando um casal completa dez anos de vida em comum passa a dar entrevistas na televisão. Querem saber o que está acontecendo de errado. Assemelha-se a um homem que encontra num táxi uma vultosa quantia e a devolve ao seu legítimo dono. Vira herói.
Pode ocorrer que o homem em abstinência, compelido a fazer sexo apenas com sua esposa, passara anos e anos mudando de mulher como quem muda de camisa; vivendo em aventuras, em "loucas madrugadas", como bem falou Nelson Ned. Na vida de solteiro, sexo se tornara uma boa aventura. Agora, encontra dificuldade de manter-se fiel. Assim, não se dá bem no comedimento de um lar, na mesmice de um relacionamento de casados. O homem ou a mulher envolvido por essa síndrome torna-se um adúltero em potencial. Aguardará somente o momento para pôr em prática seu desejo.
Os viciados em droga conhecem muito bem isso. A abstinência da droga causa um transtorno físico difícil de ser mensurado. Só quem passa por tal situação é que pode definir.
Na questão do sexo, o homem sente a falta de uma vida em promiscuidade. Sente saudade das noitadas, dos embalos, das escapadas aos motéis, dos momentos de sensualidade plena. Assim como acontece com os viciados em fumo, álcool e outros tipos de droga o marido ou a mulher sente a abstinência da prática livre do sexo. Começam, então, os adultérios, as traições, as mentiras, e tudo descamba em instabilidade na família, depressão, problemas de consciência, indiferença no trato conjugal. No começo, os adúlteros sentem um pouco de remorso ou arrependimento, mas continuam. Depois, com a mente cauterizada e coração endurecido, reavaliam a situação e passam a considerar que tudo é normal. O errado passa a ser certo. O que era uma prática eventual, passou a ser uma atividade contínua.
A síndrome de abstinência também ocorre com outros tipos de pecado. O pecado vicia e escraviza. Não são poucos os que se encontram amarrados em algemas invisíveis, sem forças para reagir. Nesse estágio, vale lembrar que Jesus liberta: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
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