César e Deus
Toda criança que freqüenta uma EBD conhece bem esta passagem bíblica de Marcos 12:13-17: “E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos? Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja. E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele”.
Se Jesus tivesse respondido “sim”, isso teria sido uma afronta ao patriotismo dos judeus; se tivesse dito “não”, estaria incorrendo num crime de traição a Roma, podendo ser crucificado no ato.
Em João 15:25, Ele disse: “Odiaram-me sem causa”. Quando os fariseus e seus lacaios levaram Jesus diante de Pilatos, eles disseram: “Havemos achado este pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23:2). Mentira!!! Jesus havia admoestado os Seus discípulos para que não revelassem que Ele era o Messias. (Mateus 16:20).
No contexto atual, Cristo seria erroneamente interpretado pelos que recomendam aos cristãos não pagarem impostos (contrariando Romanos 13:7-8). Esses advogados da sonegação ao governo dizem que o dinheiro dos impostos que pagamos é usado para propósitos ímpios [ou então é embolsado pelos políticos inescrupulosos]. Ora, esses radicais devem ser acusados do exato pecado de rebeldia, que nosso Senhor não cometeu.
A resposta de Cristo não foi dada no sentido de evitar uma ofensa aos judeus e aos romanos; Ele quis expressar uma verdade cristalina de sabedoria e amor. De fato, se Ele temesse os homens, jamais teria conseguido escapar dessa armadilha que os rabinos lhe armaram. Salomão disse: “O temor do homem armará laços, mas o que confia no SENHOR será posto em alto retiro” (Provérbios 29:25). Exatamente por não temer homem algum foi que Cristo jamais caiu numa armadilha armada pelos Seus inimigos. Este Seu maravilhoso exemplo deve permanecer conosco, até hoje. Como Ele disse aos judeus, em João 8:31:32: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. A verdade faz-nos temer somente ao nosso Deus, deixando de temer as críticas dos homens e fazendo-nos perder qualquer interesse nos seus aplausos.
Cristo jamais quis aplacar ou agradar os romanos ou os judeus; o que Ele sempre quis foi realizar a vontade do Pai: “Eu não recebo glória dos homens... e aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 5:41; 8:29). Nesse mesmo ato, Cristo denunciou claramente as consciências endurecidas dos líderes religiosos do Seu tempo, bem como as nossas, que têm sido, hoje em dia, a verdadeira razão da nossa infidelidade: “Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus?” (João 5:44). Essa questão deve ser encarada com relação às coisas que são de Deus e às que são de César. É claro que uma coisa que não pertence a César é a honra. Somente Deus merece a nossa honra e o nosso louvor (Apocalipse 4:9-11; 5:11-14).
César procura imitar Deus... E os que entram em seu jogo corrupto ficam obrigados a prestar-lhe honra, pensando que isso vai facilitar a execução da obra de Deus; por isso, acabam caindo na armadilha que Cristo evitou.
Infelizmente, os crentes de hoje têm caído fragorosamente na armadilha humanista de buscar honra uns dos outros, trocando elogios e tapinhas nas costas. Aos que realizam a obra de Deus visando a aprovação dos homens, Cristo admoestou: “GUARDAI-VOS de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente ... E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mateus 6:1-6, 16). Esses deveriam receber honra somente do Pai.
Os cristãos modernos costumam honrar as celebridades e os líderes famosos, achando que podem fazer prosperar a obra do Senhor, se conseguirem o favor dos incrédulos. [Assim têm feito pregadores famosos, como Billy Graham, por exemplo, que se tornou amigo de presidentes reis no mundo inteiro]. Com esse objetivo, a mídia tem fabricado uma porção de “heróis”, até mesmo entre os inimigos do Evangelho de Cristo, adulando-os e cultivando a sua amizade, especialmente quando são pessoas famosas. [Uma coisa é certa: os verdadeiros profetas são sempre apedrejados, enquanto os falsos geralmente são honrados na mídia evangélica e secular].
Ao contrário desses cristãos “politicamente corretos”, nosso Senhor, sem qualquer parcialidade, devotou-se amplamente aos pobres e desamparados. Ele jamais sonegou uma resposta impopular aos líderes políticos e religiosos, quando estes Lhe faziam uma pergunta capciosa, como esta: “é lícito dar o tributo a César, ou não?”.
Os romanos adoravam César como um deus; por isso Jesus quis deixar bem claro, com a Sua resposta: “César não é Deus”. Foi uma boa “direta” contra o imperador romano, que se considerava um deus. Foi assim que Jesus condenou os que davam a um simples homem uma honra à qual somente o verdadeiro Deus - o Deus de Israel - tem direito. Os governantes humanos têm uma esfera limitada de autoridade, sempre abaixo de Deus, enquanto a autoridade de Cristo é sobre todos, estendendo-se de eternidade a eternidade, nos céus e em todo o universo por Ele criado.
A distinção feita por Cristo - entre César e Deus - contém uma poderosa admoestação aos líderes do nosso tempo, tanto na esfera política como na esfera religiosa. A verdade é que as autoridades civis de hoje fazem uma pública reivindicação de deidade. Isso porque o direito de governar os assuntos humanos é comummente usurpado pelos governantes. Deus foi expulso das escolas públicas, nos Estados Unidos [e em todos os países ocidentais] e, consequentemente, de uma ampla faixa da população dita “cristã”, com o governo tentando ser Deus e os homens concordando, placidamente.
Enquanto isso, muitos que afirmam ser cristãos, têm feito parcerias com César e Deus, ao mesmo tempo, o tipo de parceria rejeitado por Cristo. Quando um presidente, “evangélico” vence a eleição, os cristãos ficam cheios de esperança que as coisas possam melhorar, com o país se tornando “espiritualmente reconstruído”, como se uma coisa que pertence a César (o poder temporal) pudesse melhorar as coisas de Deus (poder espiritual). Não devemos ficar entusiasmados com este ou aquele candidato, pois Cristo disse a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo” (João 18:36). [Enquanto Ele não voltar para governar durante o Milênio, as coisas vão continuar precárias, sem o aval do nosso Senhor]. Por isso, não devemos ficar empenhados em favor deste ou daquele partido político, com vistas a alguma melhoria no país ou em nosso orçamento: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente”. (2 Timóteo 2:4,5). Paulo também disse: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6:9-10).
Nem uma única vez Cristo falou contra os opressores romanos, nem contra Herodes. Ele não quis organizar qualquer milícia com os Seus discípulos, desejando reivindicar o mundo para Ele. [A teologia “Reino Agora” é uma aberração contra os planos do Senhor. O mundo engloba tudo que diz respeito a César: fama, riqueza e poder (temporal). Isso não é de Deus]. Cristo jamais omitiu Sua contundente reprovação contra os líderes religiosos do Seu tempo, os quais representavam erroneamente o papel de Deus. O exemplo de Cristo é uma reprovação ao tempo gasto pelos cristãos que fazem lobby político, ação social e outras “boas ações”, em parceria com os incrédulos. Isso não tem a aprovação do Espírito Santo. Quando nos juntamos aos ímpios, estamos contribuindo para o avanço da apostasia, trazendo heresias para dentro da Igreja do Senhor. [Satanás se deleita com essas parcerias].
As promessas que Deus fez a Israel, o povo escolhido, têm sido confundidas pelos cristãos, achando que Igreja é o Novo Israel de Deus. Israel não é a Igreja nem a Igreja é Israel. Existe uma deliberada negação desta verdade bíblica. Os cristãos não são do mundo. Jesus disse em João 15:19 e 17:6,14-16: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” ... “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra... Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou”. Isto parece ter sido esquecido pelos cristãos evangélicos [principalmente pelos emergentes reconstrucionistas].
O reconstrucionista George Grant escreveu: “O exército de Deus [nós] deve conquistar a Terra, subjugá-la, governá-la e exercer sobre ela o seu domínio”. David Chilton insiste: “Nosso objetivo é o domínio mundial sob o senhorio de Cristo, um mundo subjugado, caso vocês queiram... Somos os delineadores da história mundial [Cristo tem] nos comissionado para tomar posse deste mundo”. Gary North escreveu: “Deus deseja que os cristãos controlem a Terra para Ele...” . Até mesmo J. I. Packer afirma que “os cristãos foram chamados para reconstruir a militância americana [e] reconstruí-la a partir das ruínas [da] cultura americana”. North acrescenta que “a Igreja não está tentando converter, mas persuadir o mundo inteiro a experimentar bênçãos culturais, como resultado da expansão do Evangelho.” Ele censura os que enfatizam a salvação das almas e, ao mesmo tempo, negligenciam “a cura das instituições do mundo”. Jay Grimsteady concorda: “Nossa tarefa é obter a visão da realidade bíblica, uma visão da moralidade que deve ser imposta sobre a nossa cultura para a glória de Deus e o bem estar da humanidade cristã e não cristã”. Quando colocadas claramente, essas ambições são antibíblicas.
Ilusão semelhante é a que existe por trás do chamado “Dia Anual da Oração”, observado, em geral, no dia 06 de março. Nesse dia especial, todos são convidados para uma reunião de oração a qualquer que seja o Deus no qual creiam. Cristãos influentes acreditam, ingenuamente, que o Deus verdadeiro vai responder essas orações, com bênçãos sobre a América. Deveria Elias ter convocado os profetas de Baal e os sacerdotes de Moloque para se reunirem em oração conjunta, pedindo que Deus abençoasse Israel e as nações pagãs vizinhas? Nada disso! Elias denunciou os inimigos do Deus verdadeiro e resgatou os Seus seguidores da destruição. Contudo, não é “politicamente correto” obedecer, hoje em dia, à Bíblia [Ninguém mais lhe dá atenção, considerando-a um livro comum!]. Todas as religiões são encorajadas a permanecer no seu caminho rumo à destruição eterna.
Conquanto os que promovem o Dia Anual de Oração sejam bem intencionados, é absolutamente tolo convocar uma nação ímpia para orar a Deus, pois Ele disse, claramente: “O sacrifício dos ímpios é abominação” (Provérbios 21:27). A liderança nessa idéia de reunir todas as religiões no Dia Anual de Oração é claramente evangélica (Ela tem sido proclamada durante anos por Shirley Dobson e Vonete Bright) e os mais influentes líderes da Igreja se juntam em entusiástica aprovação, o que demonstra um profundo compromisso com César.
Por termos ousado criticar essa atitude, somos criticados pelos que ficam em cima do muro, falhando neste sentido. Será que para eles nada significa o que Cristo disse em João 17:19? “E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade”. [E o que é a Verdade senão a Palavra Deus, a Bíblia, pela qual seremos julgados, conforme João 17:17 e 12:48?] Por que devemos achar que Deus vai derramar bênçãos sobre a nossa América apóstata? Infelizmente o evangelicalismo tem promovido a falsa crença de que Ele vai abençoar os planos de qualquer pessoa ou nação, que clame pelo seu Nome, incluindo as nações ímpias, que entram num conchavo de “César & Deus”.
As reuniões de oração promovem sempre esta mentira; hindus, budistas, muçulmanos e ateus são todos bem-vindos, e nada se pode falar contra esses ajuntamentos ecumênicos, a fim de não se ofender a fé de nenhuma dessas religiões antibíblicas. Os preletores dessas reuniões oferecem o mesmo evangelho antropocêntrico, que está sendo pregado nos púlpitos [um evangelho que fala de prosperidade e bons propósitos], sem a mínima noção do que seja o pecado. Os “convertidos” a este evangelho imaginam que tendo feito “uma decisão por Cristo”, de repente suas vidas vão ser abençoadas com prosperidade material e espiritual. Enquanto isso, a justiça, a integridade, a honra e a glória a Deus não têm espaço algum nesse tipo de evangelho humanista. A todos os ouvintes é dada a clara (embora falsa) impressão de que Deus está ansioso para abençoar César, caso Lho peçamos. [Eles costumam usar jargões deste tipo: “Deus está apaixonado por você!” Como se o nosso Deus, estivesse pronto a descer do Seu trono de glória, nos dias de hoje, para se humilhar diante desta humanidade corrupta e pecadora!].
Cristo não nos comissionou a melhorar este mundo, mas a condenar suas práticas pecaminosas, convocando os pecadores arrependidos a saírem dele, a fim de se tornarem cidadãos do céu, quando reconhecerem sua miséria espiritual, sua enorme culpa e sua rebelião contra Deus. [Este é o caminho da cruz. Qualquer outro é apenas um desvio conduzindo à perdição eterna]. Cristo não nos comandou a dialogar com César, ou com os inimigos da Cruz, no sentido de se chegar a um arranjo vantajoso para ambas as partes. Ele nos comissionou a pregar o Evangelho verdadeiro, sem diluição alguma, e a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas 3).
Dave Hunt (Caesar & God)
Traduzido por: Mary Schulz
Por: Dave Hunt
Toda criança que freqüenta uma EBD conhece bem esta passagem bíblica de Marcos 12:13-17: “E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos? Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja. E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele”.
Se Jesus tivesse respondido “sim”, isso teria sido uma afronta ao patriotismo dos judeus; se tivesse dito “não”, estaria incorrendo num crime de traição a Roma, podendo ser crucificado no ato.
Em João 15:25, Ele disse: “Odiaram-me sem causa”. Quando os fariseus e seus lacaios levaram Jesus diante de Pilatos, eles disseram: “Havemos achado este pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23:2). Mentira!!! Jesus havia admoestado os Seus discípulos para que não revelassem que Ele era o Messias. (Mateus 16:20).
No contexto atual, Cristo seria erroneamente interpretado pelos que recomendam aos cristãos não pagarem impostos (contrariando Romanos 13:7-8). Esses advogados da sonegação ao governo dizem que o dinheiro dos impostos que pagamos é usado para propósitos ímpios [ou então é embolsado pelos políticos inescrupulosos]. Ora, esses radicais devem ser acusados do exato pecado de rebeldia, que nosso Senhor não cometeu.
A resposta de Cristo não foi dada no sentido de evitar uma ofensa aos judeus e aos romanos; Ele quis expressar uma verdade cristalina de sabedoria e amor. De fato, se Ele temesse os homens, jamais teria conseguido escapar dessa armadilha que os rabinos lhe armaram. Salomão disse: “O temor do homem armará laços, mas o que confia no SENHOR será posto em alto retiro” (Provérbios 29:25). Exatamente por não temer homem algum foi que Cristo jamais caiu numa armadilha armada pelos Seus inimigos. Este Seu maravilhoso exemplo deve permanecer conosco, até hoje. Como Ele disse aos judeus, em João 8:31:32: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. A verdade faz-nos temer somente ao nosso Deus, deixando de temer as críticas dos homens e fazendo-nos perder qualquer interesse nos seus aplausos.
Cristo jamais quis aplacar ou agradar os romanos ou os judeus; o que Ele sempre quis foi realizar a vontade do Pai: “Eu não recebo glória dos homens... e aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 5:41; 8:29). Nesse mesmo ato, Cristo denunciou claramente as consciências endurecidas dos líderes religiosos do Seu tempo, bem como as nossas, que têm sido, hoje em dia, a verdadeira razão da nossa infidelidade: “Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus?” (João 5:44). Essa questão deve ser encarada com relação às coisas que são de Deus e às que são de César. É claro que uma coisa que não pertence a César é a honra. Somente Deus merece a nossa honra e o nosso louvor (Apocalipse 4:9-11; 5:11-14).
César procura imitar Deus... E os que entram em seu jogo corrupto ficam obrigados a prestar-lhe honra, pensando que isso vai facilitar a execução da obra de Deus; por isso, acabam caindo na armadilha que Cristo evitou.
Infelizmente, os crentes de hoje têm caído fragorosamente na armadilha humanista de buscar honra uns dos outros, trocando elogios e tapinhas nas costas. Aos que realizam a obra de Deus visando a aprovação dos homens, Cristo admoestou: “GUARDAI-VOS de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente ... E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mateus 6:1-6, 16). Esses deveriam receber honra somente do Pai.
Os cristãos modernos costumam honrar as celebridades e os líderes famosos, achando que podem fazer prosperar a obra do Senhor, se conseguirem o favor dos incrédulos. [Assim têm feito pregadores famosos, como Billy Graham, por exemplo, que se tornou amigo de presidentes reis no mundo inteiro]. Com esse objetivo, a mídia tem fabricado uma porção de “heróis”, até mesmo entre os inimigos do Evangelho de Cristo, adulando-os e cultivando a sua amizade, especialmente quando são pessoas famosas. [Uma coisa é certa: os verdadeiros profetas são sempre apedrejados, enquanto os falsos geralmente são honrados na mídia evangélica e secular].
Ao contrário desses cristãos “politicamente corretos”, nosso Senhor, sem qualquer parcialidade, devotou-se amplamente aos pobres e desamparados. Ele jamais sonegou uma resposta impopular aos líderes políticos e religiosos, quando estes Lhe faziam uma pergunta capciosa, como esta: “é lícito dar o tributo a César, ou não?”.
Os romanos adoravam César como um deus; por isso Jesus quis deixar bem claro, com a Sua resposta: “César não é Deus”. Foi uma boa “direta” contra o imperador romano, que se considerava um deus. Foi assim que Jesus condenou os que davam a um simples homem uma honra à qual somente o verdadeiro Deus - o Deus de Israel - tem direito. Os governantes humanos têm uma esfera limitada de autoridade, sempre abaixo de Deus, enquanto a autoridade de Cristo é sobre todos, estendendo-se de eternidade a eternidade, nos céus e em todo o universo por Ele criado.
A distinção feita por Cristo - entre César e Deus - contém uma poderosa admoestação aos líderes do nosso tempo, tanto na esfera política como na esfera religiosa. A verdade é que as autoridades civis de hoje fazem uma pública reivindicação de deidade. Isso porque o direito de governar os assuntos humanos é comummente usurpado pelos governantes. Deus foi expulso das escolas públicas, nos Estados Unidos [e em todos os países ocidentais] e, consequentemente, de uma ampla faixa da população dita “cristã”, com o governo tentando ser Deus e os homens concordando, placidamente.
Enquanto isso, muitos que afirmam ser cristãos, têm feito parcerias com César e Deus, ao mesmo tempo, o tipo de parceria rejeitado por Cristo. Quando um presidente, “evangélico” vence a eleição, os cristãos ficam cheios de esperança que as coisas possam melhorar, com o país se tornando “espiritualmente reconstruído”, como se uma coisa que pertence a César (o poder temporal) pudesse melhorar as coisas de Deus (poder espiritual). Não devemos ficar entusiasmados com este ou aquele candidato, pois Cristo disse a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo” (João 18:36). [Enquanto Ele não voltar para governar durante o Milênio, as coisas vão continuar precárias, sem o aval do nosso Senhor]. Por isso, não devemos ficar empenhados em favor deste ou daquele partido político, com vistas a alguma melhoria no país ou em nosso orçamento: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente”. (2 Timóteo 2:4,5). Paulo também disse: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6:9-10).
Nem uma única vez Cristo falou contra os opressores romanos, nem contra Herodes. Ele não quis organizar qualquer milícia com os Seus discípulos, desejando reivindicar o mundo para Ele. [A teologia “Reino Agora” é uma aberração contra os planos do Senhor. O mundo engloba tudo que diz respeito a César: fama, riqueza e poder (temporal). Isso não é de Deus]. Cristo jamais omitiu Sua contundente reprovação contra os líderes religiosos do Seu tempo, os quais representavam erroneamente o papel de Deus. O exemplo de Cristo é uma reprovação ao tempo gasto pelos cristãos que fazem lobby político, ação social e outras “boas ações”, em parceria com os incrédulos. Isso não tem a aprovação do Espírito Santo. Quando nos juntamos aos ímpios, estamos contribuindo para o avanço da apostasia, trazendo heresias para dentro da Igreja do Senhor. [Satanás se deleita com essas parcerias].
As promessas que Deus fez a Israel, o povo escolhido, têm sido confundidas pelos cristãos, achando que Igreja é o Novo Israel de Deus. Israel não é a Igreja nem a Igreja é Israel. Existe uma deliberada negação desta verdade bíblica. Os cristãos não são do mundo. Jesus disse em João 15:19 e 17:6,14-16: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” ... “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra... Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou”. Isto parece ter sido esquecido pelos cristãos evangélicos [principalmente pelos emergentes reconstrucionistas].
O reconstrucionista George Grant escreveu: “O exército de Deus [nós] deve conquistar a Terra, subjugá-la, governá-la e exercer sobre ela o seu domínio”. David Chilton insiste: “Nosso objetivo é o domínio mundial sob o senhorio de Cristo, um mundo subjugado, caso vocês queiram... Somos os delineadores da história mundial [Cristo tem] nos comissionado para tomar posse deste mundo”. Gary North escreveu: “Deus deseja que os cristãos controlem a Terra para Ele...” . Até mesmo J. I. Packer afirma que “os cristãos foram chamados para reconstruir a militância americana [e] reconstruí-la a partir das ruínas [da] cultura americana”. North acrescenta que “a Igreja não está tentando converter, mas persuadir o mundo inteiro a experimentar bênçãos culturais, como resultado da expansão do Evangelho.” Ele censura os que enfatizam a salvação das almas e, ao mesmo tempo, negligenciam “a cura das instituições do mundo”. Jay Grimsteady concorda: “Nossa tarefa é obter a visão da realidade bíblica, uma visão da moralidade que deve ser imposta sobre a nossa cultura para a glória de Deus e o bem estar da humanidade cristã e não cristã”. Quando colocadas claramente, essas ambições são antibíblicas.
Ilusão semelhante é a que existe por trás do chamado “Dia Anual da Oração”, observado, em geral, no dia 06 de março. Nesse dia especial, todos são convidados para uma reunião de oração a qualquer que seja o Deus no qual creiam. Cristãos influentes acreditam, ingenuamente, que o Deus verdadeiro vai responder essas orações, com bênçãos sobre a América. Deveria Elias ter convocado os profetas de Baal e os sacerdotes de Moloque para se reunirem em oração conjunta, pedindo que Deus abençoasse Israel e as nações pagãs vizinhas? Nada disso! Elias denunciou os inimigos do Deus verdadeiro e resgatou os Seus seguidores da destruição. Contudo, não é “politicamente correto” obedecer, hoje em dia, à Bíblia [Ninguém mais lhe dá atenção, considerando-a um livro comum!]. Todas as religiões são encorajadas a permanecer no seu caminho rumo à destruição eterna.
Conquanto os que promovem o Dia Anual de Oração sejam bem intencionados, é absolutamente tolo convocar uma nação ímpia para orar a Deus, pois Ele disse, claramente: “O sacrifício dos ímpios é abominação” (Provérbios 21:27). A liderança nessa idéia de reunir todas as religiões no Dia Anual de Oração é claramente evangélica (Ela tem sido proclamada durante anos por Shirley Dobson e Vonete Bright) e os mais influentes líderes da Igreja se juntam em entusiástica aprovação, o que demonstra um profundo compromisso com César.
Por termos ousado criticar essa atitude, somos criticados pelos que ficam em cima do muro, falhando neste sentido. Será que para eles nada significa o que Cristo disse em João 17:19? “E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade”. [E o que é a Verdade senão a Palavra Deus, a Bíblia, pela qual seremos julgados, conforme João 17:17 e 12:48?] Por que devemos achar que Deus vai derramar bênçãos sobre a nossa América apóstata? Infelizmente o evangelicalismo tem promovido a falsa crença de que Ele vai abençoar os planos de qualquer pessoa ou nação, que clame pelo seu Nome, incluindo as nações ímpias, que entram num conchavo de “César & Deus”.
As reuniões de oração promovem sempre esta mentira; hindus, budistas, muçulmanos e ateus são todos bem-vindos, e nada se pode falar contra esses ajuntamentos ecumênicos, a fim de não se ofender a fé de nenhuma dessas religiões antibíblicas. Os preletores dessas reuniões oferecem o mesmo evangelho antropocêntrico, que está sendo pregado nos púlpitos [um evangelho que fala de prosperidade e bons propósitos], sem a mínima noção do que seja o pecado. Os “convertidos” a este evangelho imaginam que tendo feito “uma decisão por Cristo”, de repente suas vidas vão ser abençoadas com prosperidade material e espiritual. Enquanto isso, a justiça, a integridade, a honra e a glória a Deus não têm espaço algum nesse tipo de evangelho humanista. A todos os ouvintes é dada a clara (embora falsa) impressão de que Deus está ansioso para abençoar César, caso Lho peçamos. [Eles costumam usar jargões deste tipo: “Deus está apaixonado por você!” Como se o nosso Deus, estivesse pronto a descer do Seu trono de glória, nos dias de hoje, para se humilhar diante desta humanidade corrupta e pecadora!].
Cristo não nos comissionou a melhorar este mundo, mas a condenar suas práticas pecaminosas, convocando os pecadores arrependidos a saírem dele, a fim de se tornarem cidadãos do céu, quando reconhecerem sua miséria espiritual, sua enorme culpa e sua rebelião contra Deus. [Este é o caminho da cruz. Qualquer outro é apenas um desvio conduzindo à perdição eterna]. Cristo não nos comandou a dialogar com César, ou com os inimigos da Cruz, no sentido de se chegar a um arranjo vantajoso para ambas as partes. Ele nos comissionou a pregar o Evangelho verdadeiro, sem diluição alguma, e a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas 3).
Dave Hunt (Caesar & God)
Traduzido por: Mary Schulz
Nenhum comentário:
Postar um comentário