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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Grandes Autores & Grandes Obras

História dos Hebreu–Flávio Josefo, arquivo .rar, 1.4Mb – baixar

O Peregrino-John Bunyan, arquivo pdf,  425 Kb – baixar

O Livro dos Mártires-John Fox, arquivo .zip – baixar

O Catolicismo Romano Através dos Tempos–arquivo zip, 163Kb – baixar

A Bíblia e Como Chegou Até Nós-arquivo .zip, 141Kb – baixar

Abordagem Evangelística-arquivo .pdf, 147Kb – baixar

O Maior Segredo do Diabo-arquivo .pdf, 144Kb – baixar

Verdadeira e Falsa Conversão-arquivo .pdf, 148Kb – baixar

Manual do Ministro-arquivo .zip, 200Kb - baixar

História dos Hebreus – Flávio Josefo

Flávio Josefo, escritor e historiador judeu, viveu entre 37 e 103 d.C. Sendo seu pai sacerdote e sua mãe descen­dente da casa real hasmoneana, Josefo era de sangue real e muito bem instruído nas culturas judaica e grega. Falava perfeitamente o latim — o idioma do Império Romano — e também o grego. Logo cedo, demonstrou intenso zelo religioso, filiando-se ao grupo dos fariseus. Durante toda a sua vida, a sua terra e o seu povo estiveram sob o domínio romano.Ele viveu em Roma até o fim de sua vida, escrevendo a obra que atravessaria os séculos e chegaria até nós. Depois da Bíblia, é a maior fonte de informações sobre os impérios da Antigüidade, o povo judeu e o Império Romano.Qualquer estudante da Bíblia encontrará em Flávio Josefo descrições mi­nuciosas de personagens dos Evangelhos e de Atos do Apóstolos, tais como Pilatos, os Agripas e os Herodes. A história desses personagens e inúmeros pormenores do mundo greco-romano, relatados nesta obra, receberam sur­preendente confirmação com as recentes descobertas de Qunram e Massada, em Israel, as quais conferiram aos relatos de Josefo uma credibilidade ainda maior. Fonte: e-books gospel

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Erasmo de Roterdã

Erasmo de Roterdã é um dos eruditos mais famosos e criticados que já viveram. Ele foi um indisputável líder do Reavivamento do Aprendizado e o maior intelecto de sua geração. Durante sua vida foram-lhe oferecidas riqueza e posições além dos sonhos mais audaciosos que se possam acalentar. Os reinos da Inglaterra e da Alemanha lhe ofereceram qualquer posição dentro deles; a França e a Espanha colocaram suas terras à sua disposição e o Papa Paulo II outorgou-lhe a posição de Cardeal. Sem dúvida, o ofício de papa e a liderança da Cristandade poderiam ter sido dele, se ele o tivesse desejado. Contudo, ele recusou todas estas ofertas.

Desiderius Erasmus nasceu em 1466, em Roterdã, Holanda, filho ilegítimo de um padre holandês. Ele se tornou um monge agostiniano aos 21 anos, porém, mais tarde, foi dispensado dos votos, tendo ido estudar Teologia na Universidade de Paris. Mais tarde, ele se tornou professor de Grego na Universidade de Cambridge. Ele foi distinguido com a publicação do seu primeiro Novo Testamento Grego, em 1516. Embasadas neste seu trabalho vieram as principais traduções da Bíblia, na Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Holanda, Suécia e Dinamarca, inclusive a de Lutero, (1522), a de Tyndale (1525), a versão francesa Oliveton (1535), a italiana Diodati (1607) e a mais famosa de todas, a Versão Autorizada de 1611 - a King James - em Inglês.

Erasmo, o Reformador

Erasmo tornou-se uma figura líder na tentativa de realizar uma reforma dentro da Igreja Católica Romana. Ele criticava publicamente as grandes e inúmeras corrupções e os abusos que via dentro dos mosteiros e entre o sacerdócio, especialmente em sua obra “Praise of Folly” (1510) – Elogio da Tolice. Ele se opôs à Inquisição e ao tratamento da Igreja contra os chamados “hereges”. Rejeitou as imagens, relíquias, orações a Maria, celibato clerical, peregrinações e outras superstições da Igreja de Roma, muitas dessas críticas através de notas, ao longo do seu texto.

O Cristianismo [Catolicismo], dizia Erasmo, fora feito não para demonstrar amor ao próximo [Gál.5.14], mas para se abster de manteiga e queijo durante a Quaresma. Tal foi o impacto que ele causou que as hierarquias da Igreja lhe ofereceram bispados, a fim de silenciá-lo, porém sem resultado algum. Ele não temia a controvérsia. Ele produziu o seu Texto Grego com o objetivo de realizar a tão necessária reforma na Igreja. Apesar da oposição, Erasmo sempre gozou de poderoso apoio, tanto dentro como fora da Igreja. Talvez um dos seus aliados mais fortes tenha sido o papa Leão X. Leão ajudou Erasmo imensuravelmente e este, agradecido, dedicou-lhe o seu Novo Testamento Grego. Somente depois de sua morte foi que houve alguma reação oficial da Igreja contra ele. Até então, tinha havido apenas reações particulares de indivíduos. Após sua morte, suas obras, inclusive o Texto Grego, foram colocados no Index de Livros Proibidos pelo Concílio de Trento (1545-1563), quando ele foi rotulado como “herege ímpio”.

Ao contrário de Lutero, Erasmo achava que a reforma poderia vir mais facilmente com a melhoria da compreensão intelectual do povo e com o retorno aos ensinos morais de Cristo. Por sua vez, Lutero buscava uma reforma não entre os gigantes intelectuais da Europa, mas entre o povo simples. Para isto ele confiava não apenas no aprendizado erudito, mas no poder do Evangelho, que era loucura para os sábios e eruditos deste mundo (1 Coríntios 1:25-27).

Contudo, Erasmo foi um reformador moral, não doutrinário. Os males que ele combatia eram: a hipocrisia, o orgulho, a ambição, o egoísmo, a imoralidade, a injustiça e a ignorância. Nisto ele foi muito influenciado pelos ensinos de Cristo, os clássicos e os pais da igreja primitiva. Acima de tudo, ele queria moderação de ambos os partidos [Reforma Protestante e Catolicismo Romano]. Ele odiava o fanatismo e a intolerância encontrados nos clérigos da ICAR, temendo, ao mesmo tempo, que a intolerância de Lutero pudesse simplesmente entrincheirar os dois partidos no mesmo erro. Embora tendo simpatia pelas idéias do grande reformador alemão, Martinho Lutero, e acreditasse que muitas críticas de Lutero eram justas, Erasmo achava que o seu estilo de reforma de Lutero corria o perigo de destruir toda a obra de tolerância, pela qual os humanistas vinham se empenhando em conseguir, há tanto tempo. Inicialmente, Erasmo havia visto Lutero e a reforma favoravelmente, mas, à medida em que as coisas evoluíam, Erasmo não pôde se juntar a um movimento que havia falhado em viver segundo os preceitos morais de Cristo: “Nunca esperei por moderação em Lutero, mas também nunca estive preparado para uma calúnia tão maldosa” (1).

Finalmente, a Igreja pressionou Erasmo a opor-se publicamente à Reforma de Lutero, o que ele fez, relutantemente, quando publicou, em dezembro de 1525, sua obra “De Libero Arbitrio” (O Livre Arbítrio). Deste modo, ele pôde demonstrar publicamente sua discordância de Lutero, sem criticar os seus propósitos válidos. No livro, Erasmo definia o “livre arbítrio” como um “poder da vontade humana, pelo qual o homem pode aceitar ou se afastar das coisas que conduzem à salvação eterna”. Lutero respondeu com o livro “Bondage of the Will” (Escravidão da Vontade), no qual ele rejeitava toda a idéia do livre arbítrio, ensinando que o homem não tem poder em si mesmo para responder ao Evangelho. Ele se queixou que Erasmo usou de excessiva eloqüência e não de bastante substância em sua obra, dizendo: “Ninguém pode sobrepujá-lo. Você é como uma enguia, que escapa pelos dedos, ou como o fabuloso Proteu, que muda de forma, exatamente nos braços de quem deseja prendê-lo”. Erasmo foi capturado entre dois partidos intolerantes. Os protestantes mantinham um amargo ressentimento contra ele, enquanto os romanistas o tratavam com progressiva suspeita. O sonho de Erasmo era unir a Cristandade, purgar a superstição e ver uma Europa com amplo humanismo cristão, onde o amor, a alegria, a retidão e a justiça prevalecessem. Desse modo, suas visões da reforma diferiam das de Lutero e isso causou um rompimento entre eles.

Erasmo, o Erudito

Erasmo foi o gigante líder intelectual e humanista da Renascença (2). Mesmo tendo produzido o primeiro Texto Grego e reverenciado o ensino da Escritura, ele não acreditava na inspiração do texto, do mesmo modo como seria mais tarde entendido pelos evangélicos. Ele rejeitava a autoria paulina da Carta aos Hebreus e duvidava que as pastorais tivessem sido escritas por Paulo. Ele acreditava que o Evangelho de Marcos era uma sinopse do Evangelho de Mateus e não acreditava que as narrativas dos evangelhos fossem infalíveis em seus detalhes. Contudo, Erasmo acreditava e aceitava os fatos centrais do Evangelho, conforme declarados no Credo dos Apóstolos.

O texto produzido por Erasmo foi chamado Textus Receptus ou Texto Recebido. Ele tinha compilado cinco manuscritos, a fim de produzir este texto. Ele produziu cinco edições conjuntas, em 1516, 1519, 1522, 1527 e 1535. A primeira edição foi compilada apressadamente, mas edições seguintes corrigiam quaisquer erros insignificantes. Seu trabalho foi continuado por Robert Stephen, o qual tinha 16 manuscritos para embasar a sua obra. (3). Ele produziu as edições de 1546, 1550, 1551 e 1559. Entre 1559 e 1598, Theodore Beza, sucessor de Calvino, produziu cinco edições. Ele possuía alguns manuscritos antigos aos quais Stephen não teve acesso. Finalmente, os irmãos Elzevir produziram um Texto Grego em 1624, o qual foi chamado de Textus Receptus. Desse modo, na Europa, por Textus Receptus se entende esta edição, enquanto na Inglaterra a edição de 1550 de Stephen é assim entendida. (4) Deveria ser observado que a vasta maioria das diferenças nestas versões se referia à pronúncia, acentuação, ordem das palavras e outras diferenças menores.

Pela primeira vez, a Europa estava de posse de um texto puro do Novo Testamento. Contudo, sua obra foi severamente criticada pelos eclesiásticos conservadores, quando estes começaram a verificar o efeito que ela estava produzindo nas mentes do povo, quando as tradições seculares caíram rapidamente sob o escrutínio do Evangelho verdadeiro. Eles o chamavam “Behemote” ou “Anticristo”. E a Sorbone condenou 37 artigos extraídos dos seus escritos, em 1527 (5). Erasmo queixou-se: “Fiz o melhor que pude com o Novo Testamento, mas ele provocou disputas intermináveis. Edward Lee (Arcebispo de York) pretendia ter encontrado 300 erros. Foi nomeada uma comissão, a qual afirmava ter encontrado coleções deles. Cada mesa de refeição badalava erros de Erasmo. Eu, particularmente, os busquei, porém não encontrei” (6).

O texto de Erasmo muitas vezes tem sido também criticado por confiar fortemente em relativamente poucos manuscritos antigos. Eruditos competentes têm desafiado tais suposições, tanto no passado como em nosso tempo. Embora Erasmo estivesse de posse de poucos manuscritos, contudo ele teve acesso a muitos outros. Ele tinha acesso a cada biblioteca da Europa, inclusive a do Vaticano e a ele foram entregues as leituras do famoso manuscrito Vaticanus (Codex B), sobre o qual se embasa a moderna crítica dos textos gregos. Erasmo rejeitou suas leituras por considerá-las corrompidas. Embora tenha sido originalmente escrito no século IV, ele foi retocado alguns séculos depois, antes de cair em desuso. Seu texto jamais foi comparado independentemente por qualquer outro manuscrito, sendo que o mais próximo dele é o Alexandrino, do qual ele difere em incontáveis lugares. Ele foi escrito em um Grego clássico e seus textos exibem muitas marcas de corrupção e omissão. Em vez disso, Erasmo confiou nos manuscritos orientais escritos no Grego comum do Novo Testamento e não usou a tradução do Vaticanus. Outro texto grego chamado Complutensian Polyglot, produzido pelo erudito espanhol Ximenes, antes de Erasmo, embora publicado somente depois, continha virtualmente as mesmas leituras do Textus Receptus, tendo usado os códigos antigos disponibilizados pela Biblioteca do Vaticano. (7).

Erasmo havia examinado muitos manuscritos gregos e estava familiarizado com os comentários e traduções de Orígenes, Cipriano, Ambrósio, Basil, Crisóstomo, Cirilo, Jerônimo e Agostinho.

Embora os manuscritos possuídos por Erasmo fossem poucos, houve uma boa seção de cruzamento da principal fonte dos textos gregos disponíveis. O presidente do Comitê de Revisão de 1881, Bispo Ellicott, um crítico do Textus Receptus, disse: “Os manuscritos que Erasmo usou, em sua maior parte, diferem apenas em pequenos e insignificantes detalhes do âmago dos manuscritos cursivos. O caráter geral dos textos deles é o mesmo. Por esta observação, o pedigree do Textus Receptus vai além dos manuscritos individuais usados por Erasmo... Esse pedigree recua à antiguidade remota. O primeiro ancestral do Textus Receptus foi, pelo menos, contemporâneo dos nossos mais antigos manuscritos existentes, se não mais antigo do que qualquer um deles”. (8).

As duas primeiras adições omitiam a “Johannini Comma”, o verso da 1 João 5:7, presente na Vulgata Latina, o qual falava das três testemunhas celestiais. Por causa disso ele foi severamente criticado. Edward Lee, mais tarde Arcebispo de York, o chamou ariano. Em resposta, Erasmo disse: “Teria sido negligência e impiedade, se não consultei manuscritos que simplesmente não estavam ao meu alcance? Pelo menos eu reuni tudo que pude conseguir. Que Lee produza um MS Grego, que contenha o que minha edição não contém e que ele mostre que esse manuscrito esteve ao meu alcance. Só então ele pode me censurar por negligência em assuntos sagrados” (9). Desse modo, foi montado o palco para o que tem se tornado o grande grito de batalha da crítica contra Erasmo: sua inserção do Comma no seu texto embasado num manuscrito antigo. Ora, ele havia concordado em colocar o verso numa futura edição, se o verso fosse encontrado em qualquer um dos manuscritos gregos. (10). Um manuscrito grego (61) da Grã Bretanha contendo o verso foi-lhe apresentado. Ele suspeitava que o manuscrito tivesse sido escrito de propósito, mas fiel à sua promessa, as edições subseqüentes continham o verso (11).

Erasmo, o Cristão

“Temos certeza da vitória sobre a morte, vitória sobre a carne, vitória sobre o mundo e Satanás. Cristo nos promete remissão de pecados, muitos frutos nesta vida e, portanto, vida eterna. E por qual razão? Por causa do nosso mérito? Claro que não, mas através da graça da fé que está em Cristo Jesus... Cristo é nossa justificação... Creio que existem muitos não absolvidos pelos padres, não tomando a Eucaristia, não sendo ungidos, não tendo recebido sepultamento cristão, que descansam em paz; enquanto muitos que receberam todos os ritos da Igreja e tiverem um sepultamento próximo ao altar, foram para o inferno... Corram para as Suas feridas e estarão seguros!”

Erasmo sucumbiu vítima de pedra, gota e disenteria, tendo falecido aos 70 anos de idade, em Basiléia, Suíça, no dia 12/07/1536. Quando estava morrendo, ele disse estas palavras: “Ó Jesus, tem misericórdia; Senhor, me liberta; Senhor, dá-me o fim; Senhor, tem misericórdia de mim!”

Erasmo foi sepultado na catedral protestante de Basiléia. Seu sepultamento foi assistido por homens eminentes, tanto do campo católico romano como do campo protestante.

Traduzido por Mary Schultze, 24/12/2008.

sábado, 13 de dezembro de 2008

ISRAEL E O FINAL DOS TEMPOS

"Porque se a sua rejeição e a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão senão a vida dentre os mortos". Romanos 10:15.


Israel é o relógio de Deus para o povo de Deus, que nos mostra a "que horas estamos da noite." Isaías 21:11 –12. A Bíblia nos ensina que o Povo Judeu entrou em uma maldição quando na crucificação do Senhor Jesus os seus lideres assumiram a culpa pela sua morte e disseram a Pilatos, "que o sangue dele caia sobre nós e nossos filhos."(Aproximadamente anos 30 DC). A maldição não demorou muito, pois já no ano 70, Jerusalém então sob o domínio do Império Romano, foi invadida e queimada pelo General Tito e o sangue dos sacerdotes mortos pelos romanos corria pelas portas do templo. Os Judeus foram espalhados sobre toda a terra como uma semente maldita.

A sociedade, voluntária ou involuntariamente, herdou um sentimento anti- semita que influenciou culturas. Vemos o caso do termo "judiar", que não se trata de um verbo, mas sim, o agir como um judeu, fazendo mal a alguém. Durante esses dois mil anos muita coisa aconteceu e grande foi a investida de satanás para destruir o povo Judeu. Vale mencionar a ação das Cruzadas para "libertação da terra santa", cujo objetivo da parte de Roma era a destruição o aniquilamento do povo Judeu.

Quando lemos Romanos capitulo 11, temos um melhor entendimento do assunto, onde nós vemos que "a rejeição do povo Judeu se deu em parte até a plenitude dos gentios seja alcançada." (A Igreja entra pela Porta da Graça - Rejeição temporária dos Judeus e admissão eterna da Igreja). Já por volta do ano de 1900, os Judeus começaram a retornar à sua terra mesmo sobre intensa perseguição. Em Isaías 43 lemos sobre o retorno do povo judeu a sua terra. Durante a segunda guerra mundial que terminou em 1945, o endemoninhado Hitler (o quase Anti-Cristo) intentou destruir por completo o povo Judeu. As vítimas do holocausto fato conhecido por todo o mundo chegam ao numero terrível de seis milhões de judeus mortos/assassinados antes e durante a guerra nos campos de concentração. Mas aquele que elegeu a Israel por amor ao seu Nome e também por amor ao seu amigo Abraão, não muda, não falha em suas promessas. "Por um breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias te recolherei. Com um pouco de ira escondi a minha face de ti por um momento; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor". Isaías 54:7-8.

O milagre aconteceu. Isaías deixou registrado no capitulo 66:8-9. "Poderia nascer uma terra/ nação num só dia?" Precisamente no dia 14 de maio de 1948, três anos depois do holocausto, numa reunião solene da ONU era fundado o Estado de Israel, ocasião em que o primeiro Primeiro-Ministro de Israel Ben Gurion, disse ao mundo: "Hoje nasce o Estado de Israel". Glória a Deus. Louvado seja o Nome do Senhor, o Deus de Israel. Aleluias.

A ONU criou o Estado de Israel, mas a luta continuou e três dias depois Israel já estava em guerra, sendo atacado por diversos países (Árabes/Egito). Israel rechaça o ataque e contra ataca conquistando e aumentando o seu território dado pela ONU em mais 50%. Sucessivamente Israel foi atacado e sempre derrotando seus agressores. Isaías 54:16-17.

Em 1967, após ser atacado dominou a península do Sinai e já estava marchando para a conquista do Egito parando apenas por respeito a ONU que interviu na região criando o conhecido Batalhão de Suez. (Militares Brasileiros estiveram em Suez ).

O ódio contra Israel continua e agora o mundo se prepara para a chegada do Anti-Cristo e Israel tem sido envolvido com uma enganosas promessas de paz e segurança. "Pois que quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida e de modo nenhum escaparão". 1a Tessalonicenses 5:3.

É chegado o tempo para Israel é chegado o tempo da aflição de Jacó. Os sinais estão se cumprindo, para todo lado calamidades. A terra cambaleia. Isaias 24:20 (Leia todo o capítulo). A Igreja do Senhor Jesus, remidos de todas as nações, povos e línguas, será arrebatada da terra para encontrar o Senhor nos ares, acima das nuvens e somente assim o Anti-Cristo terá o seu caminho liberado para assumir o governo mundial, conforme está escrito: "E agora vós já sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo a quem o Senhor desfará com o assopro da sua boca e aniquilará pelo resplendor da sua vinda...". 2a Tessalonicenses 2:6-8 (Leia todo o capitulo 2).

Observe o que está revelado de modo literal no texto a seguir: "E ouvi uma grande voz no céu que dizia: Agora é chegada a Salvação e a força e o reino do nosso Deus e o poder do seu Cristo; porque já ao acusador de nossos irmãos é derrubado o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo Sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte. Pelo que alegrai-vos ó céus e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós e tem grande ira sabendo que já tem pouco tempo." Apocalipse 12:10-12.

Num raciocínio lógico, hoje os servos de Deus em Cristo Jesus, falhos e imperfeitos são acusados constantemente diante de Deus por satanás. O próximo ato no cumprimento da palavra profética será o arrebatamento da igreja para o encontro glorioso com o Amado Salvador Jesus acima das nuvens; eis a causa do júbilo "E ouvi uma grande voz no céu que dizia: Agora é chegada a Salvação e a força e o reino do nosso Deus e o poder do seu Cristo... Pelo que alegrai-vos ó céus e vós que neles habitais." Logicamente enquanto a igreja / remidos do Senhor, sobem para o encontro acima das nuvens, o acusador / satanás é derrubado para a terra (a trajetória de quem é derrubado é para baixo e a de quem é elevado é para cima). Glória a Jesus. Eis a causa do ai e da lamentação para os que habitam na terra e no mar. "Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós e tem grande ira sabendo que já tem pouco tempo". O fato de restar pouco tempo para o diabo é que as bodas do Cordeiro tem a duração de sete anos, após o que o Senhor o Rei da Glória, desce à terra, em Jerusalém, em defesa de Israel, com grande poder e glória e todo o olho o verá, quando o diabo é preso por mil anos. Confira Apocalipse 20. Entendemos que os termos "terra e mar" aqui empregados, estão relacionados a Israel (terra) e as outras nações (mar).

A nação de Israel cansada dos conflitos e sedenta de paz está sendo envolvida pelas falsas promessas e acordos de paz com seus vizinhos, entregando territórios conquistados nas sucessivas guerras que enfrentou e vale lembrar sempre se defendendo. Na realidade, o desejo de seus vizinhos é destruir o Estado de Israel, exterminá-lo e tomar posse de suas terras. A grande disputa por Jerusalém é profética. Mas acontece que aquelas terras foam dadas a Israel pelo próprio Deus Todo-Poderoso, criador do Céu e da terra em promessa feita ao Patriarca Abraão quando este avançado em idade e nem ainda tinha filhos. "Sendo, pois Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito. E porei a minha aliança entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente. E te darei a ti e a tua descendência depois de ti a terra de tuas peregrinações toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus". Gênesis 17:1-2 e 8. "Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates". Gênesis 15:18. Leia também Gênesis 12:7; 13:14-18.


A DECISÃO FINAL

Finalmente quando Israel for envolvido totalmente e após o arrebatamento da igreja, o monarca deste mundo, o Anti-Cristo que virá como uma solução para humanidade, prometendo paz e segurança começará a reinar. Ressurge o quarto Império profetizado por Daniel, os pés da grande estatua vista por Nabucodonozor, tendo em sua composição o ferro e o barro. E esse monarca Anti-Cristo, será uma mescla de homem e demônio. O próprio satanás vai estar incorporado nele, formando com ele uma só natureza. "Quanto ao que viste do ferro misturado com o barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana , mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro". Daniel 2:41-43.

Vale lembrar que uma das características, que tornou o Império Romano famoso foi à conquista de direitos individuais de cidadania (Considerar as pseudos conquistas de liberdades e direitos conseguidos pelo povo atualmente; ferindo princípios e estatutos norteados pela Palavra de Deus).

O palco para o armagedon já está preparado. A Igreja do Senhor Jesus a noiva do Cordeiro, será arrebatada, tendo início as bodas do Cordeiro por um período de sete anos, exatamente uma semana, como no costume judaico. É bom lembrar das setenta semanas de Daniel determinadas sobre o povo de Daniel, mormente o povo judeu (Verso 24) (Confira Daniel 9:20-27). Trata-se de semanas de anos, ou seja, cada semana vale sete anos. Já se passaram sessenta e nove semanas (Sete + Sessenta e dois) do tempo em que veio a Palavra do Senhor a Daniel até o dia do Pentecostes, nascimento da igreja, abertura da Porta da Graça aos gentios. No Pentecostes o Deus de Israel para de trabalhar somente com Israel e tem início o tempo dos gentios / igreja. Logicamente falta uma semana (sete anos) sobre o povo de Daniel (os Judeus) e esta semana só terá inicio quando o Senhor cessar o seu trabalho com a igreja arrebatando-a para si. Com o arrebatamento da igreja o Senhor passa a ter olhos apenas para Israel, o bichinho de Jacó, povozinho de Israel. Isaías 41:13 e 14. A duração do governo do Anti-Cristo será de sete anos sendo que os três primeiros anos e meio, será de sedução e paz aparente, verdadeiro cavalo branco, com mentiras bem sutis para enganar os que não tiveram amor à Verdade para se salvarem. 2a Tessalonicenses 2:9-10.

Já no início de seu governo será radicalmente proibido falar no nome de Jesus, (o que não será difícil para o Judeu, pois para eles Jesus não é o Messias). Todas as nações estarão unidas debaixo das mãos do monarca como uma perfeita união mundial. Lembremos de Babel, onde todos falavam uma mesma língua, ou seja, se entendiam muito bem. Gênesis 11. Na metade da semana (Primeiros três anos e meio) o Anti-Cristo irá mostrar suas garras querendo ser adorado como Deus. 2a Tessalonicenses 2:3-4. Daniel 9:27. Lembremos que o Senhor elegeu Israel e a sua eleição é irrevogável. Jeremias 33:16, 25 e 26.

No momento em que Israel não aceitar a posição do Anti-Cristo que se posicionará como um deus, querendo ser adorado (O povo Judeu Monoteísta, com princípios rígidos norteados pelas Escrituras, de adorar a um só Deus, o Criador de todas as coisas). Assim haverá um rompimento na "harmonia da humanidade" e todas as nações se levantarão contra Jerusalém/Israel e creio que inicialmente será um ataque de tropas terrestres (Armas de infantaria/ artilharia) contra Israel para não haver muitos danos a terra e as riquezas. Mas o Senhor peleja por Israel. "E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todos os moradores da terra. Naquele dia porei os governadores de Judá como um braseiro ardente no meio da lenha e como um facho de fogo entre gavelas (gravetos ); e à direita e à esquerda consumirão todos os povos em redor , e Jerusalém será habitada outra vez no seu lugar , em Jerusalém. Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém e o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi, será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles. E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém". Zacarias 12:3, 6, 8 e 9.

Observemos as comparações:

1º) Israel é colocado naquele dia como um braseiro no meio da lenha e como uma tocha de fogo entre gravetos. "e ajuntar-se-ão contra ela todos os moradores da terra. Naquele dia porei os governadores de Judá como um braseiro ardente no meio da lenha e como um facho de fogo entre gavelas ".

2º) Israel domina para a direita e para a esquerda, consumindo todos os povos em redor. "à direita e à esquerda consumirão todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu lugar". Mais uma vez creio que Israel domina toda a terra de Canaã prometida a Abraão no princípio. "Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates". Gênesis 15:18. Confira Gênesis 22:16-17.

3º) Aos olhos das nações que vierem contra Israel naquele dia, o mais fraco de Judá será como Davi e a casa de Davi como o próprio Deus, como o Anjo de Senhor. "o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi, será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles".


Armagedon

Diante de tal derrota na guerra convencional o governo mundial (as nações) mudam as estratégias de guerra e concluem que Israel é um enorme perigo e deve ser destruído/eliminado totalmente. Tem início o grande conflito atômico, a III Guerra Mundial, na qual a terça parte da humanidade será dizimada. Alí serão todas as nações da terra contra Israel, contra o bichinho de Jacó, povozinho de Israel."E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todos os moradores da terra. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém". Zacarias 12:3 / 14:2.

Naquele dia será grande a aflição para o povo de Israel. "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E se aqueles dias não fossem abreviados nenhuma carne se salvaria, mas por causa dos escolhidos aqueles dias serão abreviados". Mateus 24:21-22.

Israel geme e o Senhor derrama sobre ele o Espírito de graça, de clamor e súplica. "Mas sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim a quem transpassaram ; e pranteá-lo-ão sobre ele como quem pranteia pelo filho unigênito e chorarão amargamente por ele como se chora amargamente pelo primogênito...". Zacarias 12:10 - 14. Observe o relacionamento entre o choro e pranto aí descrito e o encontro de José com seus irmãos filhos de Jacó. José fora vendido como escravo e dado como morto, mas o Senhor o elevou a príncipe no Egito. O Unigênito de Deus, Jesus de Nazaré foi vendido e dado por morto por seus irmãos, mas o Pai o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Gênesis 45. Filipenses 2:5-11. Leia toda a história do capitulo 37 ao 47.

O Senhor peleja por Israel e quando todas as nações empreenderem destruir Israel com bombas Atômicas, da parte do Senhor virá uma confusão de coordenadas no lançamento de tais bombas e os inimigos de Israel matar-se-ão uns aos outros, como foi nos dias de Gideão. "ESPADA DO SENHOR E DE GIDEÃO". Juízes 7. Acontecerá que quando um país jogar uma bomba em Israel ela cairá em outro país. Considerando que as guerras modernas são feitas na total dependência dos computadores e estes ficarão confusos/babel, será uma verdadeira loucura. "Naquele dia o Senhor sairá e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha. E naquele dia estarão os seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio para o oriente e para o ocidente e haverá um vale muito grande e metade do monte se apartará para o norte e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus e todos os santos contigo. Zacarias 14:1-5. Creio que o povo de Israel se abrigará contra a irradiação nos subterrâneos oriundos da fenda do monte.

Enquanto Israel está protegido pelo Senhor. A terra estará sob imensa destruição e irradiação atômica. Confira: "E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém: A sua carne apodrecerá estando eles em pé e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas e a língua lhes apodrecerá na sua boca". Zacarias 14:12.

A grande aflição/ tribulação termina com a vinda gloriosa do Senhor Jesus, o Deus de Israel, aquele a quem eles transpassaram, com os santos (a igreja que fora arrebatada sete anos antes) e todo o olho o verá. O Senhor de Jerusalém regerá todas as nações. Satanás estará preso por mil anos. Tem início o milênio de Cristo, que se encerrará com a batalha de Gogue e Magogue quando a terra será totalmente destruída por fogo. Segue-se o juízo final e haverá um novo Céu e uma nova terra. Por favor, leia: Zacarias 14:16-21, Apocalipse 20, Ezequiel 38 e 39, Mateus 25:31-46 e Apocalipse 21.



O ARREBATAMENTO DA IGREJA

Promessa gloriosa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo para a sua Amada Igreja, a Noiva do Cordeiro, conforme podemos ler: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também". João 14:1-3.

Muito se fala a respeito do final dos tempos e da volta de Jesus. Os sinais dos tempos estão aí, os dias estão sendo abreviados. "E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne escaparia; mas por amor dos escolhidos serão abreviados aqueles dias". Mateus 24:22. Há alguns que até pensam que ele virá como um líder político, para solucionar os problemas sociais. Outros chegam até a dizer que se ele vier aqui na terra os homens o matam novamente. O que precisamos considerar seriamente é que foi o próprio Senhor Jesus que deixou esta promessa e tudo o que ele falou, ou que seus profetas falaram em nome dele, se cumpriu, está se cumprindo e certamente se cumprirá. Amém e aleluias.

Pois bem, o que precisamos entender então é o porquê e para que o Senhor voltará. Primeiramente ele voltará porque ele prometeu, deu a sua palavra e ele não é homem que mente ou se engana. "Deus não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa; porventura diria ele e não o faria? Falaria e não o confirmaria?". Números 23:19. "Palavra alguma falhou de todas as boas palavras que o Senhor falou à casa de Israel, tudo se cumpriu". Josué 21:45. "Porque o Senhor tem feito o que falou pelo ministério de seu servo Elias". 2a Reis 10:10. "Eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la". Jeremias 1:12. "Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar". Mateus 24:35. Em segundo lugar, a sua vinda é para buscar a sua igreja, a fim de que ela esteja com ele para sempre. Aleluias.

Quando a igreja perde a visão do arrebatamento ela se torna fria e tende e se tornar algo semelhante a um clube social religioso, sem a vida que está na Palavra do Espírito, sem o Espírito da Profecia. A igreja do Senhor vive e respira arrebatamento. Ela não busca conquistar a terra e nem tampouco esta ligada a terra. Ela é peregrina no deserto e busca ir morar na Canaã Celestial, a nova Jerusalém, a cidade do Grande Rei. Ouçamos o que a Palavra de Deus nos fala a respeito do arrebatamento. "Não quero, porém irmãos que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os demais que não têm esperança. Porque se cremos que Jesus morreu e ressuscitou assim também os que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois isto pela Palavra do Senhor: que nós os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo e com trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens a encontrar o Senhor nos ares e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras". 1a Tessalonicenses 4:13-18. "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos ante a última trombeta; porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que esta escrita: Tragada foi a morte na vitória. (oh glória!) Onde está ó morte o teu aguilhão? Onde está o inferno a tua vitória? Ora o aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto meus amados irmãos sede firmes e constantes sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor". 1a Corintios 15:51-58. "Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem Senhor Jesus". Apocalipse 22:20. (Leia também Mateus 25:1-13, 1a Tessalonicenses 5:1-11, 2a Tessalonicenses 2:1-12, 2a Pedro 3:1-14).

Que o Senhor Jesus Cristo vos abençoe, na compreensão destas coisas. A Ele toda a honra, toda a gloria, todo louvor e gratidão.



Tudo por Cristo Jesus o Senhor.



Elias Afonso / 2005 .

Judaísmo X Palavra de Deus

 

Pr. Airton Evangelista da Costa

“Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15-16).

Desconheço o autor das questões abaixo. Também desconheço o site em que foram publicadas. Pelo visto, deve ser alguém que ainda não encontrou o caminho da salvação; que não reconhece Jesus como o verdadeiro Messias. Em defesa de minha fé, elaborei a seguinte refutação:

1 - O Judaísmo afirma que Jesus não foi o Messias, pois não realizou as esperanças messiânicas. Ele não estabeleceu a paz universal e justiça social para toda a humanidade, nem redimiu o povo de Israel, e nem tampouco elevou as montanhas do Senhor acima do topo das alturas. No tocante aos judeus, seu próprio exílio e falta de um lar, e a continuação da guerra, pobreza e injustiça são provas conclusivas de que o Messias ainda não chegou, pois sua vinda, de acordo com promessas proféticas, apressará a redenção do povo de Israel do exílio e a redenção de todo o mundo dos males da guerra, pobreza e injustiça.

Resposta - Todas as profecias messiânicas se cumpriram em Jesus Cristo. O Messias prometido, Jesus, o Ungido de Deus, veio para destruir as obras do diabo, dar liberdade aos cativos, quebrar as algemas invisíveis, trazer Boas Novas e preparar um povo para morar no céu (Is 61-2; Lc 4.18; Jo 3.16). Veio para todas as nações, ”para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Ele [O Cristo do Senhor] “é luz para iluminar os gentios, e para glória do teu povo Israel” (Lc 2.32). “É Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente” (Rm 3.29).  O povo de Deus não é exclusivamente a nação de Israel, mas os que estão lavados e remidos no sangue do Cordeiro. A REDENÇÃO em Jesus é espiritual. Todos os que O recebem são espiritualmente renovados. Jó disse: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumada a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19.25-26). A esperança no Redentor é que Ele viria salvar seu povo do pecado e da condenação (Rm 3.24; Gl 3.13; 4.5; Ef 1.7; Tt 2.14), livrá-lo do medo da morte (Hb 2.14,15; Rm 8.2) e da ira vindoura (1 Ts 1.10); e dar-lhe vida eterna (Rm 6.23). Tudo isso encontramos na pessoa do Senhor Jesus.

O reinado de Jesus será estabelecido num tempo vindouro, quando haverá plena paz no mundo. Vejam: “Em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono de sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28); “Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (Mt 25.31-32). Os judeus “pensavam que o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente” (Lc 19.11). Supunham que Jesus iria comandar um exército para libertar os judeus do jugo romano. Ficaram decepcionados quando viram o Rei humilhado diante de Pilatos; conduzido para o Calvário; castigado, vencido, fraco e morto. Nesse sentido, realmente Ele não realizou “as esperanças messiânicas”. Mas trouxe vida abundante para todos os que O recebem como o verdadeiro Messias, o Filho do Deus vivo.

2 - A ênfase de Jesus em seus próprios ensinamentos, a maioria dos quais contrários ao verdadeiro espírito da profecia hebraica, culminou em sua reivindicação de possuir proximidade especial com Deus, proximidade não compartilhada e nem mesmo semelhante à de qualquer outro ser humano. Assim ele declarou: "Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho se não o Pai, e ninguém conhece o pai, se não o filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Deus, do modo como o judeu o conhece, está igualmente próximo de todos os homens, e sua proximidade depende de quão próximo eles querem que ele esteja e quão próximo eles desejam chegar dele. Nenhum profeta judeu nem mesmo Moisés, o mestre dos profetas, alguma vez afirmou estar mais próximo de Deus do que qualquer outro homem.

Resposta – Jesus continua junto à sua Igreja, aos seus, ao seu povo, a todos os que O aceitam como Senhor. Ele mesmo disse que estaria conosco todos os dias (Mt 28.20). Ele foi chamado de Emanuel, que significa “Deus conosco” (Is 7.14). Jesus estabeleceu a diferença. Realmente, nenhum outro teve a ousadia de dizer que era “o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mt 16.16-17); nenhum profeta, em qualquer época, ouviu “uma voz dos céus, dizendo: ”Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17; 17.5); ninguém jamais disse de si mesmo: “Eu sou o Senhor do sábado” (Mt 12.8); nenhum profeta foi chamado de “Filho do Altíssimo” (Lc 1.32); a respeito de nenhum outro profeta se lê na Bíblia: “E estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus, e a vida eterna” (1 Jo 5.20); ninguém, antes de Jesus, teve a autoridade para declarar: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Realmente, Jesus fez a diferença. Antes dele, ninguém pôde dizer com tanta certeza: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). E ninguém deu tantas evidências de Sua própria divindade quanto Ele, pois curou milhares de doentes, expulsou demônios, ressuscitou mortos, acalmou tempestades, andou sobre as águas. Em toda a história da humanidade, jamais um homem predisse a sua própria ressurreição: “Depois de eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galiléia” (Mt 26.32); “E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. No terceiro dia ele ressurgirá“ (Mt 20.19). As Escrituras hebraicas, a exemplo do Salmo 22 e Isaías 53, falam do sacrifício de Jesus na cruz, exceto para quem ainda espera, em vão, o Messias prometido.

O Messias que os judaizantes ainda aguardam terá que cumprir totalmente as profecias messiânicas das Escrituras hebraicas, o que é plenamente impossível. Assim, deverá ser descendente da tribo de Judá (Gn 49.10; Lc 3.33; Mt 1.2-3); nascer em Belém Efrata (Mq 5.2; Mt 2.1; Lc 2.4-7); nascer de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.18); ser o principal motivo da matança dos meninos (Jr 312.15; Mt 2.16-18); ser a Galiléia o principal cenário do seu ministério (Is 9.1-2; Mt 4.12-16); ser profeta (Dt 18.15; Jo 6.14) e sacerdote (Sl 110.4; Hb 6.20); deverá ser recebido com alegria quando entrar em Jerusalém, montado num jumentinho (Zc 9.9; Jo 12.13-14); ser traído por um dos apóstolos (Sl 41.9; Mc 14.10; Mt 26.14-16; Mc 14.43-45) e vendido por trinta moedas de prata (Zc 11.12; Mt 26.15;Mt 27.3-10); que essas moedas sirvam para comprar um sítio (Zc 11.13; Mt 27.3-5; 8-10; 27.6-7); ser acusado por falsas testemunhas (Sl 27.12; 35.11; Mt 26.60-61).

O Messias dos judaizantes, para que as Escrituras hebraicas se cumpram, deverá permanecer em silêncio quando for acusado (Is 53.7; Mt 26.62-63); ao ser preso, deve ser esbofeteado e cuspido (Sl 69.4;Mc 14.65; 15.17; Jo 19.1-3; 18.22); deve ser odiado sem justa causa (Sl 69.4; Jo 15.23-25); sofrerá em nosso lugar (Is 53.4-5; Mt 8.16-17; Rm 4.25; 1Co 15.3); deve ser crucificado com pecadores (Is 53.12; Mt 27.38; Mc 15.27-28; Lc 23.33); na sua crucificação, suas mãos e pés devem ser trespassados (Sl 22.16; Jo 19.37; 20.25-27); para saciar sua sede, receberá na cruz fel e vinagre (Sl 69.21; Jo 19.29; Mt 27.34,48); será alvo de zombaria (Sl 22.8; Mt 27.43). O Messias aguardado deve ter seu lado trespassado (Zc 12.10; Jo 19.34), seus ossos não serão quebrados (Sl 34.20; Jo 19.33), lançarão sortes sobre suas vestes (Sl22.18; Mc 15.24;Jo 19.24); deverá ser sepultado com os ricos (Is 53.9; Mt 27.57-60); em cumprimento à sua própria profecia e às profecias das Escrituras hebraicas, o Messias que os judaizantes aguardam deverá ressuscitar ao terceiro dia, apesar de seu sepulcro receber o selo imperial e ser guardado dia e noite por uma guarda romana fortemente armada (Sl 16.10; Mt 20.19; 26.32; 27.40; Mt 28.9; Lc 24.36-48) e sua ascensão deve ser vista pelos discípulos (Sl 68.18; Lc 24.50-51; At 1.9).

O Messias esperado pelos judaizantes enfrentará outro obstáculo insuperável. É que o seu nascimento deverá ocorrer há dois mil anos (?!), exatamente na mesma época em que nasceu Jesus, para que se cumpra a profecia de Daniel 9.24-26a. Outra condição incômoda para o Messias dos judaizantes diz respeito à prova de sua linhagem, pois ele deverá ser da tribo de Judá e da família de Davi, da “raiz de Jessé” (Gn 49.10; Is 11.1,10; 2 Sm 7.12-16; Mt 1.1; 9.27; Lc 1.32; Hb 7.14; Rm 15.12; Ap 5.5). Impossível conseguir a prova dessa filiação porque os registros genealógicos foram extintos com a destruição do templo de Jerusalém pelos exércitos romanos, sob o comando do general Tito, em 70 d.C.

3 - Para Jesus, a pobreza não era uma condição deplorável, necessitando de erradicação; mas pelo contrário, a considerava como um passaporte para o reino dos céus. E então aconselhava aos discípulos: Se desejas a perfeição, vá! venda sua propriedade e doe o dinheiro aos pobres e gozarás de riqueza nos céus. Depois, volte e seja meu seguidor" (Mt 19:21).

Resposta - Não se pode generalizar o que está escrito em Mt 19.21. O coração daquele jovem estava em suas riquezas. Conhecendo sua fraqueza, Jesus aconselhou-o a vender seus bens. E disse ser difícil um rico entrar no reino de Deus. Jesus aproveitou a ocasião para ensinar que quem ama a Deus acima de tudo não deve ser escravo da idolatria e avareza. Todavia, a salvação está em nEle crê, seja rico ou pobre (Jo 3.18; Ef 2.8). Não se pode criar uma doutrina com base nesse versículo, mas se deve examinar o conjunto dos ensinos de Jesus. Pobreza ou riqueza, tudo deve ser para a glória de Deus. Quando Jesus se encontrou com Zaqueu não condenou a sua riqueza; mas aquele homem, tendo ouvido a Jesus, resolveu devolveu o que havia ganho por meio ilícito (Lc 19.8).

4 - Para poder ser um seguidor de Jesus, entretanto, seria preciso romper todos os vínculos com a vida social normal, pois ele exigia: "Nem um de vocês que não se despedir de tudo o que possui não poderá ser um dos meus discípulos" (Lucas 14:33). Essa renúncia não se estendia somente às posses materiais mas também à eliminação das afeições mais naturais pelos membros da família.

Resposta – Em Lucas 14.26-35 Jesus estabelece as condições para quem deseja ser Seu discípulo: renunciar a tudo quanto tem por amor a Cristo; levar após Ele a sua cruz (v.27), avaliar o preço de segui-Lo até o fim (vv.28-32). Em outras palavras, Jesus fez uma declaração de sua divindade, pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas. Jesus ensina que o preço do discipulado verdadeiro é abrir mão de todos os relacionamentos e posses, isto é, de bens materiais, família, nossa própria vida com suas ambições, planos e interesses. Isto não significa que devemos abandonar tudo quanto temos, mas que tudo quanto temos deve ser colocado a serviço de Cristo e sob sua direção, ”pois para isto Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tantos dos mortos como dos vivos” (Rm 14.9).

5 - Contrariamente a atitude judaica positiva em relação ao matrimonio e família, Jesus se opunha quase que hostilmente a essas instituições. Não era casado e dirigia palavras extremamente contundentes contra lealdade a pais, irmãos e irmãs, considerando esses vínculos como afastadores do amor de Deus. Jesus desmerecia e envergonhava sua mãe e irmãos em público. Assim está registrado que quando Jesus se dirigia a uma multidão, "sua mãe e seus irmãos e permaneciam fora dela, desejando falar com ele. Mas, dizia a quem o avisava, 'quem é a minha mãe e quem são meus irmãos?' Apontava aos discípulos e dizia 'aqui estão minha mãe e meus irmãos! Todo aquele que realiza a vontade de meu Pai do céu é meu irmão e minha irmã e mãe'' (Mt 12:46-50). Em outra ocasião, quando um dos ouvintes exclamou, '' abençoada seja a mãe que o gerou e nutriu!'' Jesus respondeu: ‘Você poderia se expressar-se melhor, abençoados sejam aqueles que ouvem a mensagem de Deus e as observa! '' (Lucas 11:27). E ele também ensinava: Não deves chamar qualquer um na terra de seu Pai, pois tens somente um, o Pai dos céus (Mt 23:9).

Resposta - Em Mateus 12.46-50 vemos Jesus aproveitando a ocasião para, mais uma vez, dizer que em primeiro lugar está a obediência a Deus, e que sua mãe e seus irmãos não deveriam ser idolatrados. Jesus colocou um ponto final em qualquer tentativa de endeusar sua mãe (Lc 11.27-28). Nivelou sua família, principalmente sua mãe, a todos os tementes a Deus. Com coerência, Ele deu o exemplo de que devemos amar menos as coisas terrenas e MAIS a Deus. A divina missão de Jesus, definida desde a eternidade (Jo 1.1,2,14; 3.16), não incluía o vínculo matrimonial. É uma inverdade dizer que Jesus, de forma hostil, se opunha ao casamento, pois Ele confirmou o mandamento de “honrar pai e mãe” (Mt 15.4), manifestou-se a favor da pureza do matrimônio, condenando o adultério (Mt 5.27-28); e, na cruz, já perto da morte, demonstrou seu grande amor filial ao entregar Maria aos cuidados do apóstolo João.

6 - A maneira pela qual Jesus aplicava esses princípios a situações da vida real pode ser vista por seus rompantes de ira para com os discípulos que desejavam se desvincular de certas obrigações familiares antes de segui-lo. Quando um futuro discípulo dizia a Jesus: Mestre, vou segui-lo, mas deixe-me primeiramente dizer adeus aos que estão em minha casa'', ele o reprovava: Quem coloca sua mão no arado e olha para trás, é inadequado para o reino de Deus (Lucas 9:61).

Resposta - Nessa passagem, Jesus disse que devemos deixar os espiritualmente mortos, cujos interesses estão somente nesta vida. Veja: “Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. Disse Jesus: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lc 9.61-62). Jesus aproveitou a oportunidade para dizer que segui-Lo é tarefa para quem deseja amá-Lo sobre todas as coisas, capaz de deixar família, nação e bens por Sua causa. Espiritualmente falando, vale dizer que todos nós devemos amar MENOS as coisas deste mundo. Os não crentes estão mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.1,5). Jesus considerou que a família daquele homem estava espiritualmente morta; então usou essa expressão: deixe que os [espiritualmente] mortos sepultem seus mortos. As palavras para aquele seguidor naquele momento foram amargas, mas serviram como lição para o resto de sua vida. Esta verdade serve para os dias de hoje. Muitos missionários, colocando em risco a própria vida, largam família e bens e vão habitar em lugares hostis, por amor a Cristo. Em nada Jesus pode ser julgado por isso. Ele continuou sendo coerente em suas sábias palavras.

7 - Jesus exigiu de seus seguidores que odiassem seu semelhante para serem melhores discípulos. Portanto ensinava: ''Aquele que se aproxima de mim sem odiar seu próprio pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs e também a sua vida não pode ser dos meus discípulos'' (Lucas 14:26).

Resposta – Quem nos ensinou a amar nossos inimigos e orar por eles, e a honrar pai e mãe, não nos ensinaria a odiar nossos familiares. Portanto, a passagem sob análise deve ser interpretada no seu contexto. Leia-se: “Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26-ARC). Mais uma vez, guardando coerência com as palavras já expostas, devemos entender “aborrecer” ou “odiar”, neste versículo, como “amar menos”. Ou seja, nossa lealdade e amor a Ele devem ficar acima de todos e de tudo. Todavia, a explicação bastante clara de Lucas 14.26 está em Mateus 10.37-38: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz, e não vem após mim, não é digno de mim”.

8 - O quanto Jesus estava longe de ser piedoso e isento de desejo de vingança pode ser avaliado pelo fato de que ele amaldiçoou até mesmo uma árvore que não produziu os frutos que ele esperava!

Resposta - Jesus transmitiu suas verdades em diversas situações e de diversos modos. O contexto de Mateus 21.18-22 revela que a intenção de Jesus não era apenas de amaldiçoar uma árvore, mas o de ensinar que “se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira...”. Afirmar que Jesus era vingativo e falto de piedade é desconhecer por completo o texto dos quatro evangelhos.

9 - Existe também uma contradição sem solução entre a beatitude de Jesus: "Bem- aventurado os que promovem a paz por que serão chamados filhos de Deus''' (Mt 5:9) e sua declaração: “Não penseis que vim trazer paz a terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha a sua mãe e a nora a sua sogra. Em suma, os inimigos do homem serão os seus próprios familiares" (Mt 10:34-37).

Resposta - “Contradição sem solução” há para quem não sabe ou não quer aprender a interpretar corretamente as palavras de Jesus. O que Jesus disse é uma verdade. Vemos todos os dias cumprir-se essa palavra. Um jovem se converte e de imediato seus pais e seus irmãos ficam contra ele. Jesus promove a divisão entre as trevas e a luz porque: (a) o crente está separado do mundo e morto para o pecado (Lc 12.51-53; Rm 12.2); (b) A pregação da verdade enseja perseguição, divisão, zombaria e desprezo (Mt 5.10,11; 12.24; 14.4-12; 27.1; At 5.17; 7; 54-60; 14.22). É dessa forma que se deve entender a aparente contradição em Jesus ser o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) e declarar que veio trazer divisão.

10 - A Bíblia hebraica considera todos os homens como irmãos por parte do Pai do céu. Portanto os profetas eram mensageiros de Deus para toda a humanidade e não somente para seu próprio povo. Jesus por outro lado apresentou uma atitude definitivamente exclusivista ao enfatizar que fora enviado somente para "as ovelhas desgarradas do povo de Israel. Esse aspecto ainda é mais enfatizado na recusa de Jesus em curar a filha de uma cananita. A Bíblia hebraica é repleta de exemplos de gestos de bondade dirigidos a não judeus, para citar um exemplo: Naamã. A dura resposta de Jesus à cananita não foi menos contrária à tradição judaica do que aos padrões éticos aceitos. Pois quando a mulher implorou: tenha piedade de mim, Senhor! Minha filha está terrivelmente possuída pelo demônio!' Jesus não reconfortou e também instruiu seus discípulos: mande-a embora pois fica implorando', acrescentando: “Fui enviado somente para as ovelhas desgarradas da casa de Israel. Quando a mãe alterada continuou implorando, ele exclamou as cruéis palavras: ''Não é certo tirar o pão das crianças e jogar aos cães! Querendo dizer com isso que os não judeus são cães e conseqüentemente sem direito a misericórdia divina. Somente quando a pobre mulher se humilhou, a ponto de aceitar o papel de uma cadela, dizendo: até os cães comem as migalhas que caem da mesa de seu dono, é que Jesus considerou e prometeu ajudá-la porque você possui grande fé (Mt 15:22-28). Mas mesmo ao ajudá-la, ele o fez sem humanidade ou piedade mas como retribuição à grande fé da mulher em sua pessoa.

Respostas - Exemplos maiores de “crueldade” e “desprezo” pela vida humana vemos nas Escrituras hebraicas, dadas por Deus Pai. (1) Para provar a fé de Abraão, ordenou que este sacrificasse seu único filho Isaque, fazendo-o percorrer um longo caminho; somente no último momento, suspendeu sua ordem (Gn 22.1-12); (2) Após ter demonstrado grande zelo pelo seu povo, que tirou da escravidão do Egito, desejou matar todos eles em pleno deserto, por causa da idolatria do bezerro de ouro.Tal intento não se consumou por causa da intercessão de Moisés (Êx 3.7-9; 32.4,6,10). Por causa desse incidente, Moisés, num ato de “crueldade” passou a fio de espada cerca de três mil homens (Êx 32.28); (3) Por ordem de Deus, a cidade de Jericó foi totalmente destruída pelo fogo, sob o comando do servo Josué: as casas, os animais, homens, mulheres e crianças foram consumidos (Js 6.2; 7.17, 24); (4) Ao tomarem a cidade de Ai, por ordem do Senhor, mataram doze mil entre homens e mulheres (Js 8.1,2,25,26,28,29); (5) Jó era homem “íntegro e reto, temia a Deus e se desviava do mal”, mas isso não evitou que perdesse todos os seus filhos e bens, e ainda ficasse coberto de chagas, tudo por permissão do Altíssimo, e tudo conforme as Escrituras hebraicas. São muitos os casos em que Deus Pai, como Senhor dos vivos e dos mortos, usou de Sua soberana e infinita vontade para pôr em prática seu plano de redenção. Podemos censurar Deus? Como admitir, portanto, que o Cristo, “Senhor dos vivos e dos mortos”, “Pai da Eternidade”, “Deus Forte” (Is 9.6; Rm 14.9) não agiu corretamente ao provar a fé da referida mulher? O texto não fala que Jesus ordenou aos discípulos que expulsassem a mulher. Os discípulos é que pediram a Jesus que assim procedesse, mas não foram atendidos (Mt 15.23-24). Com isso, Jesus ensinou que devemos ser perseverantes na fé. Ao atender ao clamor da Cananéia, libertando sua filha dos demônios, Jesus mais uma vez afirmou que veio libertar os cativos.

11 - Apesar de Jesus ter apregoado que nenhum pingo no i ou traço no t deveriam ser retirados da lei, ele próprio desconsiderou e violou várias leis importantes. A autorização a seus discípulos de apanharem as espigas de milho no sábado, pois estar faminto não se trata de emergência que justifique transgressão do sábado. Em várias ocasiões ele curou pessoas no sábado, que não estavam em situação emergencial, alegando que poderia fazê-lo, em oposição aos rabinos que sustentavam que o sábado pode e deve na verdade ser transgredido somente com vistas a salvar e preservar uma vida, mas não para tratar de pessoas com enfermidades crônicas cujo estado se prolonga por anos e que sem qualquer perigo de vida e saúde podem aguardar algumas horas até o término do sábado.

Resposta – Ninguém melhor do que Jesus para dar a correta interpretação à lei que Ele mesmo formulou, na qualidade de Pessoa da Trindade. João Batista deu testemunho da divindade de Jesus, dizendo: “Aquele que vem do céu é sobre todos. Aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus...” (Jo 3.31,34). Jesus confirmou as palavras do seu precursor, afirmando que Seu ensino vinha daquele que O enviou, ou seja, de Deus (Jo 7.16,17). Nós, cristãos, cumprimos os princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Mt 7.12; 22.36-40) e os ensinamentos de Cristo e dos apóstolos. Ouçam as palavras do nosso Salvador: “Ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas QUE EU VOS TENHO MANDADO” (Mt 28.19-20). Do contrário, ainda estaríamos cumprindo o ritual da circuncisão (1 Co 7.19). Para nós, a fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei, pelo que nos tornamos filhos de Deus (Jo 1.12). Segue-se que não somos salvos pelo mérito de cumprirmos a lei, mas “pela graça mediante a fé” (Ef 2.8). Libertos do poder do pecado e selados com o Espírito Santo, estamos debaixo da “lei de Cristo” (Gl 6.2;1 Co 9.21). O apóstolo Paulo declarou de forma clara que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6.14). Jesus colocou o sábado no seu devido lugar, ensinando que esse dia foi instituído para benefício do homem, a seu favor, e não contra o homem (Mc 2.27). Jesus não censurou os discípulos acusados de não cumprirem a lei do sábado, por haverem apanhado espigas para comer (Mt 12.1-7), e afirmou que é lícito fazer o bem nesse dia (Lc 6.9). Por último, Ele declarou que “o Filho do homem é Senhor do sábado” (Mt 12.8).

12 - A lei judaica aprova e recomenda o divórcio como meio de findar um matrimônio infeliz e insustentável. De fato a lei é notavelmente liberal, pois aceita como justificativa para o divorcio a incompatibilidade, o que não é admitido por várias religiões progressistas. Jesus em clara oposição às leis talmúdicas e bíblicas proibiu o divórcio, exceto em caso de adultério por sua própria conta.

Resposta – São válidos para este caso os mesmos argumentos apresentados na questão anterior. É bom entendermos que estamos sob a égide de uma nova aliança. Ao instituir a ceia do Senhor, Jesus disse que o Seu sacrifício na cruz representava o novo concerto, a Nova Aliança (Mt 26.28).”Dizendo nova aliança, Ele tornou antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquada e envelhecida, perto está de desaparecer” (Hb 8.13). Jesus Cristo é o Mediador desse novo concerto ou novo testamento. “Se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas de uma novilha santifica os contaminados, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo?” (Hb 9.13-14). Com esta compreensão e certeza, podemos entender melhor a explicação dada por Jesus, quanto ao divórcio: “Também foi dito: Aquele que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que qualquer que e repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade conjugal, faz que ela cometa adultério, e aquele que casar com a repudiada, comete adultério” (Mt 5.31-32). O que vale para nós, hoje, nós que estamos debaixo da lei de Cristo, é essa palavra. Na questão formulada, está o reconhecimento de que a lei do divórcio era “notavelmente liberal”. Por isso, a lei é aperfeiçoada na Nova Aliança.

13 - Ainda mais grave foi a atitude negativa de Jesus quanto às leis dietéticas expressas em seus ensinamentos: "Ouvi e entendei! Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro!" (Mt 15:11). Isto era uma clara e inequívoca desaprovação da importância das leis dietéticas. Os discípulos de Jesus, indignados com esse ataque a uma das mais importantes observâncias judaicas, perguntaram a seu Mestre: "Você sabia que os fariseus se escandalizaram ao ouvir o que disseste?" Ao que ele respondeu: 'Qualquer planta que meu pai celeste não plantou será arrancada. Deixai-os. São cegos conduzindo cegos! Ora, se um ofuscado conduz outro, ambos acabarão caindo num buraco’. A pedido dos discípulos para explicar a parábola Jesus disse: "Não entendeis que tudo o que entra pela boca vai para o ventre e daí para a fossa? Mas o que sai da boca procede do coração e é isto que torna o homem impuro" (Mt 15:12-18). De maneira bastante natural Jesus declarou que "todos os alimentos são puros" (Mc 7.19). Claro que esse ataque frontal à totalidade das leis dietéticas constitui-se em estranho contraste à colocação de Jesus de que ele não havia vindo para abolir nada da lei ou dos profetas.

Resposta – Os argumentos apresentados na questão anterior, quanto à autoridade de Jesus para alterar ou explicar a lei, são válidos para este caso. Continuam em vigor as palavras de Jesus, pois ainda temos cegos guiados por outros cegos. Os fariseus observavam com rigor os mínimos detalhes de sua tradição, até o “lavar as mãos quando comem pão” (Mt 15.2). Estavam convictos - e muitos ainda estão - de que a salvação deles dependia do cumprimento dessas obrigações. Jesus dá exemplo de que eles transgrediam os mandamentos, e revela: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus... ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mt 15.6,9). Jesus aproveitou o momento para declarar que os propósitos do coração são mais importantes para Deus, do que o lavar as mãos antes das refeições ou praticar outros rudimentos, porque do coração procedem os maus pensamentos...” (Mt 15.19,20). Em outra oportunidade Jesus criticou duramente os fariseus:

“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia. Exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e iniqüidades. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.25-28).

Para finalizar, ouçamos o apóstolo Paulo: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Se estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? {Estas coisas] não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.16,17,20,21,23).

14 - O Messias será Rei sobre toda a terra

Todas as profecias messiânicas tiveram cabal cumprimento na Pessoa de Jesus de Nazaré. As expectativas dos judeus apontavam para o surgimento de um rei político/militar, capaz de livrá-los do jugo romano. Jamais admitiam a hipótese de um rei sofredor, humilde, sem armas. Por certo não atentaram bem para o texto do “servo sofredor”, conforme Isaías 53, Aquele que seria “traspassado por nossas transgressões e moído por nossas iniqüidades”. Por isso, não sem razão Paulo afirmou que a cruz de Cristo era “escândalo para os judeus” (1 Co 1.23).

Todas as profecias da Bíblia foram, serão ou estão sendo cumpridas. O exemplo mais recente é a reconstituição do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), após quase dois mil anos de dispersão por todo o mundo. Esse retorno à Terra Prometida foi predito há cerca de 2.500 anos. Vejam:

“Eis que os trarei da terra do Norte e os congregarei das extremidades da terra; e, entre eles, também os cegos e aleijados, as mulheres grávidas e as de parto; em grande congregação, voltarão para aqui” (Jr 31.8). O profeta Ezequiel foi ainda mais preciso: “Tornar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra” (Ez 36.24). Outra profecia cumprida é a de que o deserto de Israel seria lavrado, agricultável, e que todos, surpresos, iriam dizer que “esta terra desolada ficou como o jardim do Éden” (Ez 36.33-36). Sabe-se que Israel tem superado a grande escassez de água na agricultura, utilizando sistema de irrigação de alta tecnologia.

Israel deve atentar muito bem para a seguinte profecia, a ser cumprida:

“E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; olharão para mim, a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito, e chorarão por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Não é preciso muito esforço para concluir que esta profecia está falando de Jesus, o unigênito de Deus (Jo 1.14; 3.16; 1 Jo 4.9), o primogênito de Maria (Lc 2.7a), o traspassado na cruz (Jo 19.34,37).

O povo que rejeitou o enviado de Deus chorará amargamente, e “o SENHOR será Rei sobre toda a terra” (Zc 14.9).

www.palavradaverdade.com

Espiritismo X Palavra de Deus

image002 Aceito o Desafio!

Espiritismo X Palavra de Deus

Pr Airton Evangelista da Costa

Atendendo ao desafio feito pelo senhor Hector, apresentei minhas respostas aos seus questionamentos, como a seguir. A divulgação da matéria se deu inicialmente no seguinte site:

http://www.centralgospel.com.br/info/CentralForum/reply.asp?M=9985&F=1&T=1328&P=#COMENTÁRIO

[Nota: Passados alguns anos, não mais localizei esta matéria no endereço acima]

HECTOR - Eu já coloquei este tópico numa outra oportunidade, quando este fórum ainda tinha outra configuração dos tópicos, e não conseguimos debater satisfatoriamente. Na oportunidade me trataram mal, mas não rebateram ou refutaram as colocações, então, se algum irmão tiver conhecimentos e puder rebater ou enriquecer o estudo na mesma ordem eu fico agradecido. Ante mão eu concordo que realmente não foi Deus que escreveu aquelas coisas horríveis [na Bíblia], pois Ele é amor.
A Palavra de Deus na Bíblia
A maioria de nossos detratores sempre afirma que a Bíblia é a palavra de Deus. Que tudo que ali se encontra é absolutamente sem erros, devendo ser seguido fielmente.

AIRTON – Os cristãos não detratam os espíritas. Combatemos o espiritismo. Os cristãos amam os espíritas, muitos dos quais já passaram para Cristo Jesus. A Bíblia é a inerrante palavra de Deus porque escrita por homens divinamente inspirados.

HECTOR - Quando dos ataques ao Espiritismo citam passagem do Antigo Testamento (p.e. Deuteronômio 18, 10-11) exigindo que nós a cumpramos, pois por ela é proibida a evocação dos mortos. Está bem, vamos por alguns momentos lhes dar razão,

AIRTON – Por que nos dar razão apenas por alguns momentos? A verdade não é nossa. A verdade é bíblica. O espiritismo ou dá razão ao que está na Bíblia ou não dá. O cristianismo não exige dos espíritas obediência a qualquer coisa. Cumprimos o dever de defender nossa fé e pregar o evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

HECTOR - só que para isso também faremos uma exigência: que cumpram TODAS AS OUTRAS DETERMINAÇÕES constantes do Antigo Testamento, tais como:
Gêneses 17, 9-11: Disse mais Deusa a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência: todo macho entre vós serás circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
Gêneses 17, 14: - O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança.
Êxodo 20, 24: - Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e os teus bois; em todo o lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti, e te abençoarei.
Êxodo 21, 2: - Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça.
Êxodo 21, 7: - Se um homem vender sua filha para ser escrava, esta não lhe sairá como saem os escravos.
Êxodo 21, 12: - Quem ferir a outro de modo que este morra, também será morto.
Êxodo 21, 15: - Quem ferir a seu pai ou a sua mãe, será morto.
Êxodo 21, 16: - O que raptar a alguém, e o vender, ou for achado na sua mão, será morto.
Êxodo 21, 17: - Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, será morto.
Êxodo 21, 23-25: - Mas se houver dano grave, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe .
Êxodo 22, 2: - Se um ladrão for achado arrombando uma casa, e, sendo ferido, morrer, quem o feriu não será culpado do sangue.
Êxodo 22, 16: - Se alguém seduzir qualquer virgem, que não estava desposada, e se deitar com ela, pagará seu dote e a tomará por mulher.
Êxodo 22, 18: - A feiticeira não deixarás viver.
Êxodo 22, 19: - Quem tiver coito com animal, será morto.
Êxodo 22, 20: - Quem sacrificar aos deuses, e não somente ao Senhor, será destruído.
Êxodo 31, 14: - Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós outros; aquele que o profanar morrerá; pois qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo.
Êxodo 34, 19: - Todo que abre a madre é meu, também de todo o teu gado, sendo macho, o que abre a madre de vacas e de ovelhas.
Êxodo 34, 20: - O jumento, porém, que abrir a madre, resgatá-lo-ás com cordeiro; mas, se o não resgatares, será desnucado Remirás todos os primogênitos de teus filhos. Ninguém aparecerá diante de mim de mãos vazias.
Êxodo 34, 26: - As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do SENHOR teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua própria mãe.
Levítico 11, 7-8: - Também o porco, porque tem unhas fendidas, e o casco dividido, mas não rumina; este vos será imundo, da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver; estes vos serão imundos.
Levítico 11, 21-22: - Mas de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, cujas pernas traseiras são mais compridas, para saltar com elas sobre a terra, estes comereis. Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie.
Levítico 12, 2: - Fala aos filhos de Israel: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias, como nos dias da sua menstruação será imunda.
Levítico 19, 11: - Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo;
Levítico 19, 26: - Não comereis cousa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis.
Levítico 19, 27: - Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba.
Levítico 20, 9: - Se um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, será morto: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue cairá sobre ele.
Levítico 20, 10: - Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera.
Levítico 20, 13: - Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram cousa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.
Levítico 20, 18: - Se um homem se deitar com a mulher no tempo da enfermidade dela, e lhe descobrir a nudez, descobrindo a sua fonte, e ela descobrira a fonte do seu sangue, ambos serão eliminados do meio do seu povo.
Levítico 20, 27: - O homem ou mulher que sejam necromantes, ou sejam feiticeiros, serão mortos: serão apedrejados; o seu sangue cairá sobre eles.
Levítico 21, 9: - Se a filha dum sacerdote se desonra, prostituindo-se, profana a seu pai: com fogo será queimada.
Levítico 21, 17-20: - Fala a Arão, dizendo: Ninguém dos teus descendentes nas suas gerações, em quem houver algum defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus Pois nenhum homem em quem houver defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, de rosto mutilado, ou desproporcionado, ou homem que tiver o pé quebrado, ou a mão quebrada, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado.
Levítico 26, 7: - Perseguireis os vossos inimigos, e cairão à espada diante de vós.
Deuteronômio 21, 15-16: - Se um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem aborrece, e uma e outra lhe derem filhos, e o primogênito for da aborrecida, no dia em que fizer herdar a seus filhos aquilo que possuir, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da aborrecida, que é o primogênito.
Deuteronômio 21, 18-21: - Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, pegarão nele seu pai e sua mãe e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz: é dissoluto e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; assim eliminarás o mal do meio de ti: todo o Israel ouvirá e temerá.
Deuteronômio 22, 10: - Não lavrarás com junta de boi e jumento.
Deuteronômio 22, 23-24: - Se houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, então trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porque humilhou a mulher do seu próximo; assim eliminarás o mal do meio de ti.
Deuteronômio 23, 1 - Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor.
Deuteronômio 23, 2: - Nenhum bastardo entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará nela.
Deuteronômio 23, 13: - Dentre as tuas armas terás um pau; e quando te abaixares fora, cavarás com ele, e, volvendo-te, cobrirás o que defecaste.
Deuteronômio 24, 1: -Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado cousa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão e a despedir de casa;
Deuteronômio 24, 16: - Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais: cada qual será morto pelo seu pecado.
Deuteronômio 25, 5: - Se irmãos morarem juntos, e um deles morrer, sem filhos, então a mulher do que morreu não se casará com outro estranho, fora da família; seu cunhado a tomará e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.
Deuteronômio 25, 11-12: - Quando brigarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar o marido da mão do que o fere, e ela estender a mão, e o pegar pelas suas vergonhas, cortar-lhe-ás a mão: não a olharás com piedade.
Deuteronômio 28, 30: - Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não aproveitarás o seu fruto.
Deuteronômio 28, 53: - Comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu Deus, na angústia e no aperto com que os teus inimigos te apertarão.
Ah! Já sei, vão dizer que em algumas passagens pegamos frases isoladas. Sim fizemos isso para podermos usar da mesma "técnica" que usam quando o assunto é combater o Espiritismo, assim estamos utilizando a mesma medida, pois "pesos diferentes são abomináveis ao Senhor" (Provérbios 20, 23).

AIRTON – Até aqui foram citadas passagens do Pentateuco, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia escritos por Moisés. Pois bem, não me darei ao trabalho de responder uma por uma as questões levantadas. Usarei como resposta a palavra do pai do espiritismo. Veja: “Na lei moisaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo... É de todos os tempos e de todos os países essa lei [os Dez Mandamentos] e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural e turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, FEB, 90ª Edição, Brasília, 1944, Cap. I, itens 2, pg. 55-57).

Concordo com o espiritismo. As leis eram duríssimas, mas adequadas à época. De lá para cá, as leis foram sendo adaptadas às condições sociais, ao nível de compreensão dos povos. Moisés teria que escrever um Código de Direito Civil, ou uma Consolidação das Leis Trabalhistas, ou uma Declaração dos Direitos Humanos como temos agora? Não. Até nossas leis de hoje são reformuladas. As leis se modificam e se ajustam de acordo com o progresso cultural de um povo, e o progresso nas relações sociais. A Constituição do Brasil já foi modificada várias vezes. Discordo de Kardec quando diz que Moisés “para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina”. Kardec incorre em duas contradições: primeiro, ele diz que a lei de Deus está formulada nos Dez Mandamentos (ibidem, pg 56, item 2). Ora, o Decálogo também foram apresentados por Moisés ao povo. Então, Moisés estaria mentindo ao povo? Segundo, Kardec diz que “Moisés é o espírito que Ele [Deus] enviou em missão para torná-lo conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que se serviu Deus para se relevar por Moisés e pelos profetas... Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, diz Kardec, contém o gérmem da mais ampla moral cristã. A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar” (Ibidem, Cap I, item 9, pg. 61-62). Então, se Moisés foi uma das revelações de Deus, se o que ensinou foi apropriado, se falava com Deus, teria necessidade de mentir ao povo? Tudo o que escreveu foi realmente inspirado por Deus. É incompreensível que haja espíritas que discordem do ensino do pai do espiritismo.

HECTOR - Vamos agora demonstrar que a tese da "inerrância" da Bíblia não tem sentido algum. E mais, que apesar de quase todas as correntes religiosas a terem como se fosse a própria palavra de Deus, não se apercebem do absurdo, pois estariam colocando Deus sendo incoerente consigo mesmo.

Temos que deixar de lado esta estreita maneira de pensar para realmente vermos que na Bíblia nem tudo é de inspiração Divina. Nela encontramos opiniões pessoais de vários de seus autores que nunca poderiam ser levadas à conta de inspiração divina, sob pena de passarmos suas divergências ao próprio Deus o que seria um absurdo.

AIRTON - A Bíblia é de inspiração divina. Deus não ditou aos homens cada palavra, pois “toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra” (1 Tm 3.16-17). Deus usou a mente, o intelecto, o talento, a capacidade de cada um. Não fora assim, os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) seriam exatamente iguais, com as mesmas palavras. A Bíblia não é uma obra psicografada.

HECTOR - Não queremos com isso desprezar o valor dos ensinamentos de Jesus contidos no Novo Testamento, apenas queremos ressaltar que não podemos em sã consciência, e até por pura coerência, ter tudo que ali está como a mais absoluta verdade, proveniente, vamos dizer, da "boca" de Deus.

AIRTON - Pelo que entendi, o senhor deseja aceitar somente o que Jesus falou. O restante da Bíblia ficaria desprezado. Ao dizer a parábola do rico e Lázaro, Jesus aprovou as leis de Moisés e a palavra dos profetas. Veja: “Disse Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos” (Lc 16.29). Jesus falou sobre Moisés em Mateus 19.8, Marcos 10.4, Lucas 24.27: “E começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras”; João 3.14; 5.46: “Se crêsseis em Moisés, creríeis também em mim, pois ele escreveu a meu respeito”. Pergunto, então: “Se os espíritas confiam no ensino de Jesus, por que não confiar em Moisés, a respeito do qual Jesus se referiu tantas vezes? Jesus ainda fez referência a outros livros da Bíblia, tais como Salmos, Isaías e Jonas. Jesus é revelado progressivamente em vários livros. Tal fato por si é suficiente para termos convicção da inspiração divina da Bíblia. Vejamos algumas profecias sobre Jesus: nasceria de mulher (Gn 3.15); seria descendente de Abraão (Gn 22.18); da linhagem de Jessé (Is 11.1); Ressurreição (Sl 16.10); Crucifixão (Sl 22); Seus ossos não seriam quebrados (Sl 34.20); Fel e vinagre lhe dariam (Sl 69.21); nascimento virginal (Is 7.14); sua eternidade (Is 9.6); nasceria em Belém (Mq 5.2); Entrada em Jerusalém, num jumentinho (Zc 9.9); seria traído por um amigo e vendido por 30 moedas de prata (Sl 41.9; Zc 11.12-13). Assim, só podemos aceitar a inspiração divina das Escrituras, pois nenhum ser humano poderia acertar esses mínimos detalhes a respeito do nosso Salvador. E não foi a profecia de apenas um homem, isoladamente. Foi um grupo de homens, em épocas e locais diferentes. Como já disse, a Bíblia não é um livro ditado por Deus palavra por palavra. Veja o que Jesus disse aos apóstolos: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26). Portanto, há participação divina na composição da Bíblia.

HECTOR - Vejamos, então algumas divergências que encontramos no Novo Testamento:

Genealogia de Jesus
Mateus 1:1-17 - Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos; Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; Salmom gerou de Raabe a Boaz; este de Rute gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que foi mulher de Urias; Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa; Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias; Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias; Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio em Babilônia. Depois do exílio em Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; Zorobabel, a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde; Eliúde gerou a Eleázar; Eleázar, a Matã; Matã, a Jacó. E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao desterro para a Babilônia, catorze; e desde o desterro para a Babilônia até Cristo, catorze.
Lucas 3:23-38 – Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Heli, Heli filho de Matã, Matã filho de Levi, Levi filho de Melqui, este filho de Janai, filho de José, José filho de Matatias, Matatias filho de Amós, Amós filho de Naum, este filho de Esli, filho de Nagaí, Nagaí filho de Máate, Máate filho de Matatias, Matatias filho de Semei, este filho de José, filho de Jodá, Jodá filho de Joanã, Joanã filho de Resá, Resá filho de Zorobabel, este filho de Salatiel, filho de Neri, Neri filho de Melqui, Melqui filho de Adi, Adi filho de Cosã, este de Elmadã, filho de Er, Er filho de Josué, Josué filho de Eliézer, Eliézer filho de Jorim, este de Matã, filho de Levi, Levi filho de Simeão, Simeão filho de Judá, Judá filho de José, este filho de Jonã, filho de Eliaquim; Eliaquim filho de Meleá, Meleá filho de Mená, Mená filho de Matatá, este filho de Natã; Natã filho de Davi, Davi filho de Jessé, Jessé filho de Obede, Obede filho de Boaz, este filho de Salá, filho de Naassom; Naassom filho de Aminadabe, Aminadabe filho de Admim, Admim filho de Arni, Arni filho de Esrom, este filho de Faréz, filho de Judá; Judá filho de Jacó, Jacó filho de Isaque, Isaque filho de Abraão, este filho de Terá, filho de Nacor; Nacor filho de Seruque, Seruque filho de Ragaú, Ragaú filho de Fáleque, este de Éber, filho de Salá; Salá filho de Cainã, Cainã filho de Arfaxade, Arfaxade filho de Sem, este filho de Noé, filho Lameque; Lameque filho de Matusalém, Matusalém filho de Enoque, Enoque filho de Jarete, este filho de Maleleel, filho de Cainã; Cainã filho de Enos, Enos filho de Sete, e este filho de Adão, e Adão, filho de Deus.
Percebe-se claramente que não são concordes as genealogias de narradas por Mateus e Lucas. Algumas pessoas querem, para que não fique evidenciada essa divergência, que a de Lucas esteja baseada em relação à Maria, entretanto se esquecem que naquela época as mulheres não tinham nenhum valor, e todas as genealogias da Bíblia são colocadas em relação aos homens e não sobre as mulheres.

AIRTON - A própria genealogogia de Mateus anula a tese de que todas as genealogias da Bíblia são colocadas em relação aos homens.

« Jesus tem um avô diferente em Lucas 3.23 (Heli), em relação ao que é registrado em Mateus 1.16 (Jacó). Quem foi de fato o avô de Jesus ? Isso é de se esperar, já que são duas linhas diferentes de ancestrais, uma através de seu pai legal, José, e outra através de sua mãe de fato, Maria. Mateus apresenta-nos a linha oficial, já que seu propósito é mostrar as credenciais messinânicas judaicas de Jesus, que requeriam que o Messias viesse da semente de Abraão e da linhagem de Davi (cf. Mt 1.1). Lucas, tendo em vista um público grego bem mais amplo, dirige-se para o interesse grego de ver Jesus como o homem perfeito (que era o que buscava o pensamento grego). Assim, ele traça a linha genealógica de Jesus até o primeiro homem, Adão (Lc 3.38). Há várias razões para que Mateus apresente a genealogia paterna de Jesus, e Lucas, a materna. Primeiramente, mesmo que as duas linhas vão de Jesus a Davi, cada uma delas o faz através de um filho diferente de Davi. Mateus inicia com José (pai de Jesus segundo a lei) e vai até o rei Salomão, filho de Davi, de quem Cristo por direito herdou o trono de Davi (cf. 2 Sm 7.12ss). Então ele vai de Cristo a Natã, filho de Davi, seguindo a genealogia de Maria, sua mãe de fato, pela qual Jesus pode declarar ser perfeitamente humano e o redentor da humanidade. Lucas não diz que está traçando a genealogia de Jesus a partir de José. Antes, ele observa que Jesus, ´como se cuidava, era filho de José´, quando de fato ele era filho de Maria. Também o fato de Jesus registrar a genealogia pela linha de Maria vinha bem ao encontro de seu interesse como médico, por mulheres e nascimentos, o que se vê inclusive por sua ênfase em mulheres no seu Evangelho, que tem sido chamado de ‘o evangelho para as mulheres’.

Finalmente, o fato de terem as duas genealogias alguns nomes em comum (tais como Salatiel e Zoreobatel, Mt 1.12 ; cf. Lc 3.27) não prova que são a mesma genealogia por duas razões. Primeiro, esses não são nomes incomuns. Segundo, até na própria renealogia (na de Lucas) há uma repetição dos homes de José e Judá (3.26, 30) «  (Norman Geisler/Thomas Howe).

HECTOR - Lugar onde seus pais moravam
Mateus 2:1 - Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
Mateus 2:13 – Tendo eles partido, eis que aparece um anjo do Senhor a José em sonho, e diz: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para matar.
Mateus 2:21-23 – Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe, e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de se pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito, por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Lucas 1:26-27 – No sexto mês foi o anjo Gabriel enviado da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.
Lucas 2:1 – Naqueles dias foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se.
Lucas 2:3-5 – Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Pelo relato de Mateus a família de Jesus morava em Belém só depois é que se mudou para Nazaré. Entretanto Lucas coloca a cidade de Nazaré como se fosse o local onde vivia a sagrada família, que teve que ir à Belém apenas para atender ao decreto do recenseamento.

AIRTON - Nenhuma contradição. Mateus relata o fato a partir do nascimento de Jesus, em Belém. Depois de uma temporada no Egito, José, Maria e Jesus rumaram para Nazaré, na Galiléia (Mt 2.13-23). Lucas fez o relato a partir da saída de José e Maria da cidade de Nazaré. Mateus quis contar a história a partir do nascimento de Jesus. Lucas retrocedeu ao tempo da gravidez de Maria e dos motivos que levou o casal à cidade de Belém.
HECTOR - O servo do centurião
Mateus 8:5-6 – Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.
Lucas 7:1-2 – Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. E o servo do centurião, a quem este muito estimava, estava, quase à morte.
Vejam que Mateus diz que o servo do centurião se encontra deitado em casa sofrendo muito, pois era paralítico. Já Lucas diz que o servo estava quase à morte.

AIRTON - Não há contradição. Um diz que o servo estava “de cama”, prostrado, e “paralítico”, e “sofria horrivelmente”. Lucas descreve seu estado como de alguém que estava muito doente, moribundo, com risco de perder a vida. A aflição do centurião denota uma situação de emergência. Não se vê contradição. Encontrar-se à morte” não é o mesmo que morto.
HECTOR - O possesso de gedara
Mateus 8:28 – Tendo ele chegado à outra margem, á terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho.
Marcos 5:1-3 – Entrementes chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu encontro, um homem possesso de espírito imundo, o qual vivia nos sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo.
Lucas 8:26-27 – Então rumaram para a terra dos gerasenos, fronteira da Galiléia. Logo ao desembarcar, veio da cidade ao seu encontro um homem possesso de demônios que, havia muito, não se vestia, nem habitava em casa alguma, porém vivia nos sepulcros.
Mateus diz tratar-se de dois endemoninhados ao passo que Marcos e Lucas dizem ser apenas um.

AIRTON – « Há uma lei matemática fundamental que reconcilia essa aparente contradição – onde há dois, sempre há um. Não há exceções. Foram de fato dois endemoninhados que se apresentaram a Jesus. Talvez Marcos e Lucas tenham mencionado apenas um porque um deles tenha se feito notar mais, ou tenha se destacado por alguma razão. Entretanto, o fato de Marcos e Lucas mencionarem apenas um, não nega que tenham sido dois, como Mateus disse, porque onde quer que haja dois, sempre há um. Isso é inevitável. Se Marcos e Lucas tivessem dito que havia apenas um, então isso seria uma contradição. Mas a palavra ´apenas´ não está no texto ». (Norman Geisler/ Thomas Howe).
HECTOR - Cura de um paralíticoMateus 9:1-2 – Entrando Jesus num barco, passou para a outra banda, e foi para a sua própria cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito.
Marcos 2:1-4 – Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente.
Lucas 5:17-19 – Ora, aconteceu que num daqueles dias, estava ele ensinando, e achavam-se ali assentados fariseus e mestres da lei, vindos de todas as aldeias da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar. Vieram então uns homens trazendo em um leito um paralítico; e procuravam introduzi-lo e pô-lo diante de Jesus. E não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão, subindo ao eirado, o desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus.
Na narrativa de Mateus o paralítico é levado a Jesus, deixando a entender que não teve nenhum obstáculo para isso. Mas Marcos e Lucas dizem que tiveram que descer tal paralítico do telhado, pois a multidão não deixava que o levassem a Jesus. Mateus diz que Jesus chegou à sua cidade. Seria Nazaré? Marcos diz ser Cafarnaum. Quanto a Lucas não diz em qual cidade.

AIRTON - Não há contradição. Lucas foi mais minucioso na narrativa. Ele mesmo diz ...”havendo-me informado minuciosamente de tudo desde o princípio” (Lc 1.3). A Bíblia não foi psicografada. Deus não ditou palavra por palavra. Tivesse sido assim os quatro evangelhos seriam exatamente iguais. O importante é sabermos que o paralítico foi levado a Jesus e foi curado. E todos os homens, paralíticos de ignorância espiritual, poderão receber alívio em Jesus. Deus providenciou para que tudo fosse relatado nos quatro evangelhos, nos seus mínimos detalhes. Nesse contexto, a Bíblia é a palavra de Deus.
HECTOR - Filha de Jairo
Mateus 9:18 – Enquanto estas cousas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou, e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a tua mão, e viverá.
Marcos 5:22-23 – Eis que se chaga a ele um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostra-se a seus pés, e insistentemente lhe suplica: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá.
Lucas 8:41-42 – Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam.
Diferentemente de Marcos e Lucas que dizem que a filha de Jairo estava quase morrendo Mateus já a tem como morta.

AIRTON - Não há contradição. Como a filha de Jairo estava moribunda quando seu pai chegou a Jesus, e como na volta para casa os mensageiros disseram que ela morrera, Mateus combinou as duas fases numa só. Pela palavra do pai, a menina agonizava; pela palavra dos mensageiros, já havia morrido. A passagem nos diz que ainda que estejamos mortos em nossos pecados, podemos encontrar salvação em Jesus, desde que haja sincero arrependimento.
HECTOR - Cego e mudo?
Mateus 12:22 – Então lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver.
Lucas 11:14 – De outra feita estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair o demônio, o mudo passou a falar; e as multidões se admiraram.
Mateus diz ser o homem cego e mudo, mas Lucas diz tratar-se apenas de um mudo o que estava possesso.

AIRTON – O relato de um não contradiz o do outro. São complementares. Lucas não diz que o endemoninhado era “apenas” mudo. Diz que era mudo. E era mesmo. Mateus complementa e esclarece ao dizer que além de mudo, era cego. Deus agiu de tal forma na inspiração das Escrituras, que não permitiu omissão de detalhes. Glória a Deus.
HECTOR - Cegos de Jericó
Mateus 20:29-30 – Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!
Marcos 10:46-47 – E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho. E, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Lucas 18:35-38 – Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. E, ouvindo o tropel da multidão que passava, perguntou o que era aquilo. Anunciaram-lhe que passava Jesus, o Nazareno. Então ele clamou: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Aqui temos Mateus dizendo que eram dois cegos em contradição com Marcos e Lucas que afirmam ser apenas um. Por que somente Marcos identifica quem era este cego?

AIRTON - Lucas não diz que “apenas” um cego foi curado. A crítica tendenciosa necessita colocar o “apenas” para poder validar a contradição. “O fato de Marcos mencionar o nome de um dos cegos, Bartimeu, e o nome de seu pai, Timeu (10.46), indica que ele se concentrou naquele que conhecia pessoalmente” (Norman Geisler/Thomas Howe). Deus usou homens com capacidade de observação diferente, com estilos diferentes, para escrever o seu plano de salvação para a humanidade. A mensagem sob comentário nos revela que os cegos de entendimento poderão ser curados por Jesus, basta clamar como fez o cego Bartimeu: JESUS, EU QUERO VER.
HECTOR - Mulher com alabastro
Mateus 26:6-7 – Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher, trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele à mesa.
Marcos 14:3 – Estando ele em betânia, reclinado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher trazendo um vaso de alabastro com preciosismo perfume de nardo puro, e, quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.
Lucas 7, 36-38 – Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecador, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos seus pés, corando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento.
João 12:1-3 – Seis dias antes da páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa. Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com perfume do bálsamo.
Mateus e Marcos relatam que Jesus estava em casa de Simão, o leproso e que uma mulher havia derramado o vaso de alabastro na cabeça de Jesus, não identificando quem era ela. Só que João diz que a mulher era Maria a irmã de Lázaro, que o fato acontecia na casa de Lázaro e que ao invés de jogar o perfume na cabeça ela ungiu os pés de Jesus. Em Lucas temos que esta mulher é uma pecadora, portando não poderia ser a Maria irmã de Lázaro.

AIRTON - Não há contradição. Mateus, Marcos e João afirmam que o fato se deu em Betânia, e que Jesus foi ungido por uma mulher, identificada por João como sendo Maria. Quem unge a cabeça, unge a pessoa, o corpo, os pés. Jesus disse que o perfume foi “derramado sobre o meu corpo” (Mt 26.12; Mc 14.8). A unção com óleo sobre uma parte do corpo equivale a ungir todo o corpo. Jesus não fala que foi sobre a cabeça ou sobre os pés, mas sobre “meu corpo”. O relato em Lucas 7.38 diz respeito a um fato ocorrido na casa de um fariseu, nada tendo a ver com o caso em Betânia.
HECTOR – Ressurreição
Mateus 28:1 – No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
Lucas 23:54-56 – Era o dia da preparação e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo de Jesus ali foi depositado. Então se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E no sábado descansaram, segundo o mandamento.
Lucas 24:1 – Mas, ao primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado.
João 20:1 – No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida.
Mateus diz que as Maria Madalena e a outra Maria foram ao sepulcro. João diz que somente Maria Madalena tinha ido e Lucas diz ter sido as mulheres que tinham vindo com Jesus desde a Galiléia, sem especificar quais eram essas mulheres.

AIRTON - Não há contradição. O fato marcante é que Jesus ressuscitou corporalmente, o que o espiritismo não aceita, embora o próprio Jesus tenha dito que ressuscitaria ao terceiro dia. O apóstolo João não afirmou que “somente” Maria Madalena foi ao sepulcro. A crítica tendenciosa altera a Palavra para justificar a contradição que denuncia. Os relatos dos evangelhos são complementares entre si, e revelam a morte, sepultamente e ressurreição de Jesus com riqueza de detalhe. A mensagem nos diz que o sepulcro estava vazio, apesar dos guardas, do selo imperial romano, da enorme pedra. A Bíblia diz que os que morrerem em Cristo ressuscitarão para viverem eternamente com Ele.
HECTOR - Quem apareceu às mulheres?
Mateus 28, 2-3: E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago e a sua veste alva como a neve.
Marcos 16, 4-5: E, olhando, viram que a pedra já estava revolvida; pois era muito grande. Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado direito, vestido de brando, e ficaram surpreendidas e atemorizadas.
Lucas 24, 2-4: E encontram a pedra removida do sepulcro; mas, ao entrar, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Aconteceu que, perplexas a esse respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes.
João 20, 11-12: Maria, entretanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se e olhou para dentro do túmulo, e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um à cabeceira e outro aos pés.
Vejam a divergência na quantidade e na forma da aparição. Apesar dela ser registrada por todos os evangelistas Mateus diz ser um anjo, Marcos um jovem, Lucas dois varões e João dois anjos.

AIRTON - Não há contradição. Mateus 28.1 fala de um evento ocorrido antes da chegada das mulheres, presenciado apenas pelos soldados. “Um jovem”, “um anjo do Senhor”, “varões com vestes resplandecentes”, “anjos vestidos de branco”, não são afirmações contraditórias. Seriam contraditórias se Mateus e Marcos tivessem dito “apenas” um anjo. “Mateus provavelmente centrou sua atenção sobre o anjo que falou: “dirigindo-se às mulheres, disse: ´Não temais´ (Mt 28.5). João, porém, referiu-se ao número de anjos que elas viram: “e viu dois anjos” (Jo 20.12) (Norman Geisler/Thomas Howe).
HECTOR - Carregar a cruz
Mateus 27:32 – Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.
Marcos 15:21 – E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.
Lucas 23:26 – E como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.
João 19:17 – Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, sal para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico.
Mateus, Marcos e Lucas dizem que o cireneu Simão foi obrigado a carregar a cruz de Jesus, enquanto que João diz que foi o próprio Jesus quem levou a cruz.

Resposta – Não há contradoção. O contraditório existe apenas ana mente dos inimigos da Bíblia. O evangelho segundo São João diz que Jesus saiu do palácio de Pilatos carregando a cruz. No início de Sua “via-crúcis” era Ele sozinho quem carregava a cruz. Veja: “Carregando a sua cruz, SAIU para o lugar chamado Calvário” (Jo 19.17).Mateus, Marcos e Lucas enriquecem a informação, registrando que, NO PERCURSO, Simão ajudou.

HECTOR - Bom ladrão
Mateus 27: 38 e 44 – E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificado com ele.
Marcos 15:27 e 32 – Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. Também os que com ele foram crucificados o insultavam.
Lucas 23:39-43 – Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhes respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
João 19:18 - Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
Mateus, Marcos e João nada relatam de qualquer diálogo entre os três crucificados.Os dois primeiros dizem que os ladrões estavam, isto sim, entre os que escarneciam de Jesus. Só Lucas diz que Jesus teria dito para um deles que hoje estarás comigo no Paraíso. Se isso aconteceu temos uma contradição de Jesus, pois ele mesmo disse: a cada um segundo suas obras. (Mateus 16, 27) Quando do episódio com Madalena após sua ressurreição disse Jesus a Madalena: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus (João 20, 17). Ora, se Jesus três dias após sua morte ainda não tinha subido ao Pai como ele poderia ter afirmado ao "bom ladrão" que hoje estarás comigo, ou seja, justamente no dia de sua morte na cruz. Por outro lado ao reconhecer que "nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez" ele está aceitando a justiça dos homens, por mais forte razão aceitaria a justiça de Deus que lhe daria uma pena merecida. Também ele não aceitaria uma recompensa por algo que não tenha feito, não é mesmo? Já falamos várias vezes, mas não custa repetir, coloquemos a frase do seguinte modo: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso? É muito mais condizente com a justiça divina, pois somente irá para o Paraíso quando tiver realizado as obras que venham a fazê-lo merecer este paraíso, não importando quanto tempo levará para isso.

AIRTON - 1) Só porque Mateus e Marcos não falam de diálogo na cruz não quer dizer que o diálogo não existiu. Pensar que foi uma invenção de São Lucas é admitir que esse discípulo mentiu em muitas outras coisas. O espiritismo deveria então dizer o que é mentira e verdade nesse evangelho.

2) “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43) e “a cada um segundo tuas obras” (Mt 16.27; Sl 62.12), não são palavras contraditórias. Kardec afirmou que Jesus veio com missão divina para ensinar a elevada moral cristã, e que Ele foi a segunda Revelação de Deus. É por isso que os espíritas acreditam em tudo o que Jesus falou. E Jesus falou, como já dito, que o Espírito Santo ajudaria os apóstolos a se lembrarem de suas palavras.

3) O Justo Juiz será imparcial em seu julgamento. Quanto a Mateus 16.27, não se pode firmar doutrina com base num versículo isolado. As boas obras para Deus são as que decorrem de um coração que o louva e glorifica; que tudo faz por amor a Cristo, e pela fé nEle. Simples obras de caridade não garantem a salvação. Os déspotas costumam apresentar-se como caridosos.

4) A passagem do ladrão na cruz nos revela que Deus perdoa e salva até na hora da morte, desde que haja sincero arrependimento. Veja: “Quem nele crê não é condenado; mas quem não crê, já está condenado, porque não crê no Unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18). Leia mais: “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é dom de Deus – NÃO DE OBRAS, para que ninguém se glorie. Pois somos feituras sua, CRIADOS EM CRISTO PARA AS BOAS OBRAS, as quais Deus preparou para wque andássemos nelas” (Ef 2.8-10). Somos salvos PARA as boas obras; não somos salvos PELAS obras. E só os nascidos de Cristo podem operar boas obras para a salvação.

5) Jesus entregou seu espírito ao Pai (Lc 23.43), e prometeu ao ladrão arrependido que o levaria para o paraíso. Já ressurreto, em corpo glorificado foi visto subindo ao céu, após aparecer a muitos discípulos. Ouça a verdade nas palavras do apóstolo João: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos tocaram, isto proclamamos com respeito o Verbo da vida. O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.1,2,3). Estas verdades são negadas pelos “instrutores espirituais” do espiritismo. Um debate sério gira em torno das verdades reveladas e não aceitas pelo espiritismo, tais como: Juízo Final, Ressurreição, salvação pela graça e fé, existência do castigo eterno, existência da Pessoa do Consolador, o Espírito Santo; existência de Satanás e demônios, tudo isso ensinado por Jesus.

6) “Em verdade TE DIGO HOJE: estarás comigo no paraíso” é uma aberração de interpretação. Espíritas mais conscientes e mais preparados procuram outros argumentos. Jesus poderia dizer “Em verdade te digo AMANHÃ, ou te digo ONTEM? O que Ele disse, disse-o naquele dia.

7) A salvação daquele ladrão na última hora é uma ducha de água fria na teoria da reencarnação, um xeque-mate, um nocaute. Como não pode negar a tese reencarnacionista, espinha dorsal do espiritismo, procura alterar as palavras de Jesus, ou desconfiar das palavras dos homens inspirados por Deus. A verdade é que o “bom” ladrão tinha motivos de sobra para sofrer inúmeras vidas corpóreas, mas a graça de Deus o alcançou, em razão do seu arrependimento e fé em Jesus. Ele não precisou viver muitas vidas para expungir suas faltas. Foi direto para o céu. Todos os espíritas podem alcançar a graça da salvação mediante a fé. É só seguir os passos do referido ladrão, enquanto há tempo. Veja Romanos 10.9.

HECTOR - Realmente para que a compreensão do Novo Testamento se faça de forma adequada, não podemos colocar tudo como palavra de Deus, principalmente coisas que não podem de forma alguma serem-Lhe atribuídas. Devemos ter a capacidade de saber separar, nas narrativas bíblicas, o que é de Deus, o que é de Jesus

AIRTON - Tudo o que Jesus falou veio do Pai. Não há como “separar” as palavras de um e de outro. Leia: “Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? AS PALAVRAS QUE EU DIGO, NÃO AS DIGO DE MIM MESMO, MAS O PAI, QUE ESTÁ EM MIM, É QUEM FAZ AS OBRAS” Jo 14.10). E mais: “Esta palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou” (Jo 14.24); “Eu falo do que vi na presença do Pai...” (Jo 8.38); “Aquele que deus enviou fala as palavras de Deus, pois Deus lhe dá o Espírito sem medida” (Jo 3.34).

HECTOR - e, finalmente, o que é opinião pessoal do próprio autor, pois sem isso fatalmente teremos várias e inexplicáveis contradições, que de não poderemos de maneira nenhuma atribuí-las a inspiração divina.
Entretanto os seguimentos religiosos que combatem a Doutrina Espírita afirmam categoricamente que a Bíblia é a palavra de Deus. Já que pensam assim deveriam seguí-la incondicionalmente. Mas não é o que fazem os seus líderes. Exigem que os outros cumpram tudo o que ali está, mas não quanto a eles próprios.
São os fariseus modernos, são os mesmos de outrora quando Jesus disse sobre eles: Não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem. Atam fardos pesados (e difíceis de carregar) e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Praticam, porém todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas. (Mateus 23, 3-5).

AIRTON - Quais os “segmentos religiosos que combatem a doutrina espírita”? Como vimos nos argumentos anteriores, quem combate a doutrina espírita é a própria Bíblia. Em determinado momento Allan Kardec entendeu que o seu espiritismo tinha alguma coisa a ver com o cristianismo. A partir disso, escreveu um livro de “interpretação” da Bíblia – O Evangelho Segundo o Espiritismo -, mas só analisou alguns versículos, dando-lhe a interpretação que julgou mais correta para justificar suas teses. Afirmou nesse livro que “cristianismo e espiritismo ensinam a mesma coisa”; que o Consolador prometido por Jesus é o espiritismo; que o espiritismo é a terceira revelação de Deus; no Livro dos Espíritos, auxiliado pelos “espíritos”, diz que a salvação vem pelo esforço próprio, etc. À vista desses disparates, e também pelo fato de muitas pessoas acreditarem que existe o espiritismo cristão, é que homens de Deus têm se levantado para esclarecer a opinião pública, em defesa da genuína fé cristã. Cristianismo e espiritismo são incompatíveis e irreconciliáveis. Nós, os cristãos-evangélicos, temos a Bíblia com única regra de fé e prática. Somente na Bíblia encontramos as doutrinas básicas do cristianismo. Kardec disse que “no Livro dos Espíritos contém especialmente a doutrina ou teoria do espiritismo...” (Livro dos Espíritos, introdução, pg 11, Editora Pensamento, S.Paulo, 1997). Daí porque deve-se ter cuidado em afirmar que os evangélicos atacam o espiritismo. O espiritismo poderia ser mais autêntico se não tentasse se enroscar no cristianismo. O espiritismo ouve aos mortos; nós, a Deus.

HECTOR - Analisaremos algumas passagens do Novo Testamento, para vermos se eles realmente cumprem fielmente a palavra de Deus. Chamamos a sua atenção para o que colocaremos em negrito. Vamos a elas, então:
Marcos 16, 18: Pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
Até hoje nunca vi nenhum deles pegando em serpentes ou bebendo algo mortífero. Não está dito que não lhes farão mal, já que conforme a Bíblia estes sinais seguirão os que crerem.

AIRTON - Deus pode livrar seus filhos de muitos males, porque Ele é poderoso. Porque cremos num Deus que pode nos livrar, não iremos cometer determinados atos apenas para testar a providência divina. Jesus nos ensinou isso. Veja : « Disse-lhe o diabo : Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo. Pois está escrito : Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e eles te tomarão nas mãos, para que não tropeces nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus : Também está escrito : NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS » (Mt 4.6-7). A resposta está nas palavras de Jesus, o qual, segundo as palavras de Kardec, veio com missão divina para nos ensinar.

HECTOR - Atos 2,44-45: Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum. Vendiam as propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.
Será que todos que não se cansam de afirmar que são fiéis cumpridores da palavra de Deus vendem seus bens e propriedades para distribuir aos necessitados?

AIRTON - Atos 2.44-45 não prescreve uma doutrina. Trata-se da descrição de uma prática usada nos primeiros passos da igreja. Essa espécie de  ‘socialismo´  funcionou enquanto o número de cristãos era reduzido e não estavam espalhados por várias cidades. Foi válida na época, pois fortaleceu os laços fraternais da comunidade cristã, preparando-os para os grandes desafios que surgiriam. Em suas cartas aos romanos, corintos, gálatas, filipenses, colossenses, tessanolicenses, o apóstolo Paulo não fala mais no assunto. Portanto, os irmãos dessas localidades não seguiram referido costume. Paulo recomendou « que cada um contribua segundo propôs no seu coração » (2 Co 9.7).

HECTOR - Atos 5, 38-39: Agora vos digo: Daí de mão a estes homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele.
Vivem combatendo a religião dos outros como se tivessem alguma procuração de Deus para tal ofício. Mas se esquecem que na Bíblia é dito para deixar os outros em paz, pois correm o risco de estarem lutando contra Deus, já que tais convicções podem estar inspiradas por Deus e se assim for nada lhes farão obstáculo, entretanto se forem dos homens com absoluta certeza perecerão.

AIRTON - Se Jesus tivesse ficado em Nazaré, acomodado, impassível e despreocupado; se não apresentasse uma palavra revolucionária, nova, cheia de sabedoria, incômoda para muitos; se não se dispusesse a levar as boas novas a milhares de pessoas, em muitos lugares; se não reprovasse duramente a religião de escribas e fariseus; se seus seguidores não continuassem no mesmo ritmo, pregando a novidade até com risco da própria vida, o cristianismo não teria progredido. Se progrediu, se cresceu, então é porque a obra é de Deus. Nós cumprimos as ordenanças de Deus. Veja: 1) “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”. Anunciamos exatamente isto. Pelo que sei, o espiritismo “cristão” não cumpre as ordenanças de Jesus quanto ao batismo e à ceia do Senhor. Mas Jesus disse que quem o ama guarda seus mandamentos. 2) “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). “Prega a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Tm 4.2); “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente do procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias” (1 Pe 3.15-16).

Não lutamos contra pessoas. Sabemos que por detrás dos inimigos da palavra estãos as forças malignas. Paulo adverte: “Nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes” (Ef 6.12). Hector disse: “Mas se esquecem que na Bíblia é dito para deixar os outros em paz...”. Cristo é a nossa paz, mas os que não estão nEle entram em guerra quando incomodados pela presença da luz. Veja o que Jesus falou: “Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Eu vim para fazer que o homem fique contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; os inimigos do homem serão os de sua própria família” (Mt 10.34-35).

HECTOR - Atos 10, 34-35: Então falou Pedro, dizendo: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.
Romanos 2, 11: Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
Tiago 2, 9-10: Se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometereis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores. Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.
Apesar de toda clareza quanto a não devermos fazer qualquer tipo de discriminação de pessoas. Eles mesmos as praticam quando pregam um sectarismo religioso, se julgando os únicos donos da verdade e que apenas eles serão salvos. Pobres coitados, pois: se tropeçam em um só ponto, se tornam culpado de todos, conforme a palavra de Deus.

AIRTON - Não somos a verdade. Pregamos a Cristo que é a verdade: “Eu sou a verdade” (Jo 14.6). Pregamos que todos os que são de Cristo Jesus estão salvos, porque assim a palavra diz. Acreditamos que “todo aquele que invocar o nome de Jesus será salvo” (Jl 2.32; At 2.21; Rm 10.13). Invocar significa amar, crer, obedecer e permanecer no caminho (Jo 14.15;15.1-7;Rm 10.9). Por acaso Jesus estava fazendo acepção de pessoas, quando repreendeu duramente escribas e fariseus, chamando-os de “hipócritas”, “condutores cegos”, “insensatos”, “sepulcros caiados”, “iníquos”, “serpentes”, “raça de víboras” (Mt 23.13-33)? Jesus estava fazendo acepção de pessoas quando disse aos judeus: “Vós pertenceis a vosso pai, o diabo, e quereis executar o desejo dele”; contudo eu vos digo a verdade e não credes em mim” (Jo 8.44-47)? Não, não estava. Jesus simplesmente dizia a verdade. Ele veio para isso. E a sua igreja tem a obrigação de continuar pregando a verdade, quer queiram, quer não queiram.

O amado Hector não interpretou bem a expressão “não faz acepção de pessoas”, observando o contexto. Essa frase significa que “Deus não tem nenhuma nação ou raça predileta, nem favorece qualquer indivíduo, linhagem ou posição na vida (cf. Tg 2.1). Deus favorece e aceita aqueles, entre todas as nações, que abondonaram o pecado, crêem em Cristo, tomem a Deus e vivem retamente (v.35, cf. Rm 2.6-11). Todos aqueles que perseverarem neste modo de vida, permanecerão no amor e no favor de Deus (Jo 15.10)” (Bíblia de Estudo Pentecostal-comentários). A igreja de Jesus deve, também, tratar todos com imparcialidade. É isso o que Tiago diz (Tg 2.1-1), seja pobre, seja rico (v.2-4). Em Atos 10.34-35 a referência diz respeito à relação Deus-pessoas. Em Tiago 2.1.13, a acepção de pessoas diz respeito à relação igreja-pessoas. O amado Hector retirou o versículo de seu contexto. Não fazer acepção de pessoas, num e no outro caso, não tem nada a ver com proibição de pregar a verdade a todos.

HECTOR -Atos 15, 20: Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.
Gostaríamos de observá-los à mesa. Será que não comem mesmo a carne dos animais sufocados? E o sangue dos animais, será que não faz parte do seu cardápio diário?

AIRTON - Atos 15.20 não é uma prescrição doutrinária para todos os cristãos de todos os tempos. A orientação é dirigida aos cristãos de Antioquia para «  possibilitar uma convivência harmoniosa entre cristãos judaicos e seus irmãos gentios. Estes deveriam se abster de certas práticas consideradas ofensivas aos judeus (v.29). Uma das maneiras de medir a maturidade do cristão é ver a sua disposição de refrear-se das práticas que certos cristãos consideram certas e outros consideram erradas » (Bíblia de Estudo Pentecostal). Paulo, ao discorrer sobre assunto semelhante, disse que « se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne [sacrificada aos ídolos] para que meu irmão não se escandalize (1 Co 8.13; 10.22-33). Aos romanos, Paulo disse : « Tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro. Se o seu irmão se entristecer devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu (Rm 14.14-15). São palavras difíceis de entender para os não espirituais, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.12-16).

HECTOR - Romanos 2, 1: Portanto, és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque, no que julgas o outro, a ti mesmo te condenas, pois praticas as próprias cousas que condenas.
Não os vemos constantemente nos meios de comunicação a julgar as ações dos outros, será que não sabem que a palavra de Deus diz que somos indesculpáveis quando julgamos? Mais ainda, ela não diz que julgamos as mesmas coisas que praticamos? E onde fica quem tiver sem pecados atire a primeira pedra?

AIRTON - Pregar a palavra de Deus não é julgar. Dizer que quem não aceitar o senhorio de Jesus será condenado, não é julgar pessoas. O julgamento pertence ao Justo Juiz. Dizer que espiritismo e cristianismo não são a mesma coisa não é fazer julgamentos. Dizer que o espiritismo não pode ser cristão, e apresentar as razões bíblicas, não é fazer julgamento. Fazer julgamentos precipitados, atacando pessoas, mas não refutando teses, é a que fez o amado Hector, que disse: “Eles mesmos as praticam quando pregam um sectarismo religioso, se julgando os únicos donos da verdade e que apenas eles serão salvos. Pobres coitados, pois: se tropeçam em um só ponto, se tornam culpado de todos, conforme a palavra de Deus”.

HECTOR - Romanos 7, 6: Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.
Hebreus 8, 6-9 e 13: Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente quanto é ele também mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda. E, de fato, repreendendo-os diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.
Estas passagens são muito importantes. Dizem de maneira clara que a antiga aliança, qual seja o Antigo Testamento, não possui mais nenhum valor, pois se tornou caduco, velho e antiquado. Entretanto quase tudo que tiram da Bíblia para condenar o Espiritismo é retirado do Antigo Testamento. Parece mesmo que só encontram nela aquilo que seguem. É lá que encontramos o contrário do que Jesus nos manda fazer: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Por isso a necessidade de mudar os velhos conceitos de Moisés.

AIRTON - É um equívoco achar que o Antigo Testamento perdeu completamente a validade e pode ser jogado no lixo. O AT é o começo e o meio da história; o Novo Testamento ou Novo Concerto é o epílogo. Para entendermos este, precisamos conhecer aquele. A antiga aliança contém a manifesta vontade de Deus escrita por homens divinamente inspirados. Os capítulos de 8 a 10 do livro de Hebreus apresenta um contraste entre os sacrifícios antigos, as leis cerimoniais, e o superior e perfeito sacrifício de Cristo : « A lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a sua realidade. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar...pois é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados... mas quando este sacerdote [Jesus Cristo], acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus » (Hb 10.1,4,12 – Nova Versão Internacional).

Os sacrifícios de outrora, repetidos a cada ano, apontavam para o único e perfeito sacrifício do Cordeiro de Deus. O antigo Tabernáculo, onde os sacrifícios eram oferecidos, ficou obsoleto na nova aliança, pois  » quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, Ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem...não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, Ele entrou no Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção...por esta razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que Ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança » (Hb 10.11-1-NVI). As palavras-chave dos capítulos de 8 a 10 de Hebreus são Sumo Sacerdote, tabernáculo, sacrifícios. É neste contexto que devemos entender a caducidade do antigo concerto. Logo, as inspiradas palavras do profeta Isaías, proibindo a consulta aos mortos, é a manifesta vontade de Deus: « Quando disserem a vocês : ´Procurem um médium ou alguém que consulte os espíritos e murmure encantamentos, pois todos recorrem a seus deuses e aos mortos em favor dos vivos, respondam: À lei e aos mandamentos » (Is 8.19-20-NVI). Idêntica orientação nos deu Jesus na parábola do rico e Lázaro. Abraão disse que os irmãos do rico, para serem salvos, deveriam recorrer a « Moisés e os Profetas » (Lc 16. 29). Ou seja, à lei e aos mandamentos, à palavra de Deus. De Gênesis a Apocalipse a Bíblia nos ensina a buscar a Deus. Tudo o que precisamos como diretriz para nossa salvação está no Livro Sagrado : « Felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem » (Lc 11.28). Uma centena de passagens bíblicas apontam nessa direção. Logo, guardar e ouvir a palavra dos mortos não produz felicidade, nem fé, nem salvação, visto que « a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo »(Rm 10.17).

HECTOR - Romanos 13, 6-8: Por esse motivo também pagais tributos: porque são ministros de Deus, atendendo constantemente a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem o tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo cousa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.
Intransigentes em seus preceitos para os outros, não fazem o que devem. Perguntaria: A palavra de Deus não nos manda pagar os tributos e impostos, respeitar e honrar e que não devemos ficar devendo coisa alguma? Sim. Então novamente pergunto: Fazem isso? Ou na questão dos impostos e tributos se justificam dizendo que não pagam porque existe corrupção no serviço público? Ora, não encontramos na Bíblia nenhuma exceção para o não pagamento, e aí como ficamos?

HECTOR - O amado Hector trabalhou em cima de hipóteses. Supõe, julga, acha que os cristãos-evangélicos não pagam corretamente seus impostos. Em cima dessa suposição, pergunta: “Fazem isso?”. Sinceramente, não tenho dados concretos sobre o assunto, para responder com responsabilidade. Agiria com leviandade se mencionasse aqui qualquer nome, sem provas. O amado espírita não se deu nem ao trabalho de livrar a pele dos irmãos assalariados que, por força da lei, têm seus impostos descontados na fonte. Poderia até perguntar, se estivesse disposto a cometer o mesmo deslize, se todos os espíritas, em todas as épocas e lugares, pagam corretamente seus impostos.

HECTOR - Romanos 14, 1-5: Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreza ao que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. A palavra de Deus não recomenda acolher os fracos, mas sem discutir opiniões? Será que é o que fazem? Ou querem a todo custo que pensem como eles. Como ficam a julgar a opinião religiosa dos outros, se também está lá a condenação ao julgamento? Se a Bíblia não deixa dúvida alguma quanto ao respeito que devemos ter para com a opinião do outro, inclusive diz que cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente, não diz, portanto para tentarmos mudar a opinião de ninguém, não é mesmo?

AIRTON - Em nenhuma hipótese é admitido o desrespeito, mesmo em se tratando de debate com seguidores de outras crenças. O que deve ser discutido, debatido, analisado e argumentado são as idéias, as teses, doutrinas, ensinos, teorias. As ofensas pessoas e as insinuações tendenciosas são abjetas e repugnantes. O texto sob comentário fala do relacionamento entre irmãos em Cristo. Se o amado Hector, embora adepto de uma crença que não considero cristã, se considera fraco na fé, creia que a Igreja de Cristo está de braços para ajudá-lo.

HECTOR - Romanos 14, 22: A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.
Se ainda pudesse persistir alguma dúvida quanto à citação anterior, aqui não poderá mais existir. É cristalino que devemos ter a nossa fé somente para nós e perante Deus. Bem contrário aos que procuram de todas as maneiras, até mesmo usando de má-fé, quando não adulteram o pensamento dos outros para sustentarem a sua verdade.

AIRTON - Lendo-se os versos 13 a 23, de Romanos 14, entende-se que Paulo está tratando de um caso específico, relacionado a rejeição a alguns alimentos. A orientação dada aos romanos é no sentido de não causarem escândalos aos demais irmãos, por causa de alguma comida. Se para mim determinada comida é boa, mas é impura para outros irmãos da minha comunidade, não a comerei para que meu gesto não sirva de tropeço ao meu irmão (v.20-21). Nesse contexto, ele diz que, nessas ocasiões, a nossa fé, convicção e consciência não deverão ser colocadas em prática, para não entristecer o irmão que pensa de modo diferente. Não se trata de proibir a divulgação daquilo que julgamos ser a verdade. Jesus deu o exemplo maior de como devemos anunciar as Boas Novas, e ainda ordenou: “Ide por todo o mundo e anunciai o evangelho a toda criatura”. Allan Kardec divulgou o ensino dos “espíritos” através de vários livros, e seus seguidores continuam divulgando-os através da internet, de jornais, revistas e seminários. A Bíblia ordena que se pregue. Leia o que Paulo disse a Timóteo: “Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Tm 4.1-2-NVI). O amado Hector disse: “Bem contrário aos que procuram de todas as maneiras, até mesmo usando de má-fé, quando não adulteram o pensamento dos outros para sustentarem a sua verdade”. Considero mais uma afirmação infeliz. Falou de forma geral, usando a terceira pessoa, sem definir quem, como, onde, quando. Ora, quem adultera o pensamento do outro para fazer valer sua verdade, esse tal não tem verdade, não tem convicção daquilo que defende.

HECTOR - Romanos 15, 20: Esforçando-me deste modo por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio.
Para as pessoas que dizem seguir a Jesus, conforme a palavra de Deus não deveria ser pregado mais nada para não edificar sobre fundamento alheio. Muitas vezes sem perguntarem a quem seguimos querem pregar suas idéias, contrariando assim a Bíblia.

AIRTON - A Bíblia não pode ser lida da mesma forma como lemos um romance. Nos tempos do apóstolo Paulo, havia premente necessidade de não desperdiçar o tempo, pois eram poucos os pregadores, e a seara muito grande. Era conveniente que se obedecesse a um eficiente plano de missões, a fim de que as Boas Novas alcançassem o maior número possível de almas. “O esforço ministerial de Paulo centralizava-se nas missões. Optou por concentrar seus esforços nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado suficientemente e assim facultou àqueles que não tinham ouvido a oportunidade de aceitarem a Cristo”. Hoje em dia acontece algo semelhante. Muitas igrejas concentram seus esforços em enviar missionários a países onde o evangelho foi pouco divulgado. Quanto a pregar para quem já ouviu, não há nenhum problema. Quem já é de Cristo recebe a palavra com alegria; quem não é, tem o livre arbítrio de rejeitar. Allan Kardec não deixou por menos. Leia: “Quis Deus que a nova revelação [o espiritismo] chegasse aos homens por mais rápido caminho e mais autêntico. Incumbiu, pois, os Espíritos de levá-la de um pólo a outro, manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra... São, pois, os próprios Espíritos que fazem a propagação, com o auxílio dos inúmeros médiuns que, também eles, os Espíritos, vão suscitando de todos os lados...Nessa universalidade do ensino dos Espíritos reside a força do Espiritismo, e, também, a causa de sua tão rápida propagação... É uma vantagem de que não gozara ainda nenhuma das doutrinas surgidas até hoje. Se o Espiritismo, portanto, é uma verdade, não teme o malquerer dos homens, nem as revoluções morais, nem as subversões físicas do globo, porque nada disso pode atingir os Espíritos” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Introdução-II, FEB, 90ª Edição, p. 29-30). Resumindo, Kardec disse que o espiritismo se tornou mais eficiente que Jesus e sua igreja, por considerar que os “espíritos” são invisíveis, não podem ser atacados e podem difundir seus ensinos por toda a Terra, através de um número cada vez maior de médiuns. Portanto, “a nossa luta não é contra seres humanos [contra o amado Hector, por exemplo], mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef. 6.12).

HECTOR - 1 Coríntios 11, 5-6: Toda mulher, porém, que ora, ou profetiza, com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso que rape o cabelo.
Se formos fazer uma visita em seus templos encontraremos todas as mulheres de véu ou com o cabelo raspado? Não. Uai! Então não seguem a palavra de Deus que afirmam seguir? A não ser que devamos entender que não é toda palavra de Deus que é para se seguir.

AIRTON – Paulo não está recomendando às mulheres cristãs de todas as épocas que usem o véu ou rapem a cabeça. Ele ministrou instruções para um problema que dizia respeito à cultura da época, em Corinto. A Bíblia não estabelece uma única forma de vestir, ou de pentear-se, ou de cumprimentar, para todos os cristãos. Fosse assim, todos os cristãos deveriam usar o mesmo tipo de « vestido » que usava Jesus, ou seja um tipo de roupão, semelhante às batas dos padres, cingidos com um cinto largo; deveríamos saudar a todos com « beijo santo » , porque assim Paulo disse aos tessalonicenses (1 Ts 5.26). Ora, o aperto de mão é a saudação usual em nossa cultura. Também nossa cultura não nos permite seguir o que Jesus disse aos discípulos que foram evangelizar : « Não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias, e não saúdem ninguém pelo caminho » (Lc 10.4). Naquele tempo, o uso do véu era um sinal de respeito das mulheres a seus respectivos maridos. Uma mulher com véu merecia respeito. Hoje, em nosso meio, a aliança é um símbolo de compromisso e respeito conjugal; a saudação, um sinal de cortezia, fraternidadade, amizade, podendo ser um simples aceno, um aperto de mão ou um abraço, dependendo do grau de afetividade e afinidade. O caldo cultural em Corinto incluía costumes dos judeus, gregos e romanos. Tal diversificação estava criando problemas na igreja. Para os judeus, o uso do véu era indispensável, e significava sujeição; para os gregos, apenas os cabelos longos eram necessários. Em ambas as culturas, a mulher com cabeça rapada era tida como prostituta. As mulheres judias estavam numa fase de transição; temiam abandonar o uso milenar do véu. Paulo veio com a palavra conciliadora. Então ele disse que todas as mulheres devem usar o véu, pois « a cabeça descoberta é desonra », e acrescenta : « é como se estivesse rapada » (v.5). Mas como abandonar o véu? Ele apresenta a solução : « Ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, PORQUE O CABELO LHE FOI DADO EM LUGAR DE VÉU » (v.15). Ele diz : « A própria natureza das coisas não lhes ensina que é uma desonra para o homem ter cabelo comprido, e que o cabelo comprido é uma glória para mulher ? » (v.14). Paulo não estabelece uma doutrina para ser seguida de geração em geração. Trata-se de uma diretriz adaptável a um contexto cultural. O véu não mais é usado, como dantes, como sinal de modéstia, subordinação ao marido, e para demonstrar dignidade. Hoje, em nossa cultura, as mulheres cristãs devem vestir-se de modo modesto e cuidadoso, honroso e digno, de forma a ressaltar sua diginidade, para glória de Deus. Em relação aos cabelos dos homens, as mulheres, regra geral, usam cabelos crescidos.

HECTOR - 1 Coríntios 14, 34-35: Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seus próprios maridos, porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.
Nas igrejas, as mulheres permanecem caladas? Com base em que algumas exercem a função de pastor? Não é que somos contra isso, é por não constar da palavra de Deus já que fazem tanta questão de dizer que a seguem fielmente e somente eles a seguem.

AIRTON - Mais uma vez digo que não se pode usar um versículo isolado e a partir daí estabelecer uma norma. Necessário que se observe o contexto em que está inserido. Em Primeira aos Coríntios 14.26, Paulo pergunta: « Que fazer, irmãos? » Ele está falando da necessidade de ordem no culto. Diga-se de passagem que a igreja em Corinto deu muito trabalho ao apóstolo. Todos queriam falar em línguas ao mesmo tempo, certamente entusiasmados com o derramar do Espírito Santo. Então, Paulo estabelece algumas diretrizes, dizendo: « Se alguém falar em línguas, falem um, dois, quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete; mas se não houver intérprete esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus « (v.27,28). Note-se que a orientação para ficar calado é para todos, e não apenas para as mulheres. Na verdade, Paulo está orientando os irmãos sobre o correto uso dos dons de variedade de línguas e de interpretação. Trata-se de um assunto específico para um problema local. Essa orientação ainda serve hoje para as denominações pentecostais. Foi com essa intenção que ele recomendou às mulheres que se mantivessem caladas. Certamente as mulheres eram as que causavam maior embaraço. O costume da época exigia maior moderação por parte delas. Mas como fazer, se se tratava da manifestação sobrenatural do Espírito? Para contê-las, lembrou-lhes a submissão que deviam a seus maridos. Foi a fórmula que Paulo usou para solucionar o problema. Depois de afirmar que « Deus não é Deus de confusão » (v.33), recomendou que as mulheres permanecessem caladas nas igrejas. Além do número elevado de mulheres falando em línguas ao mesmo tempo, elas faziam muitas perguntas. Como coibir : « As mulheres estejam caladas nas igrejas ; se querem aprender alguma coisa, perguntem a seus maridos em casa » (vv.34,35). Não devemos entender essa recomendação em termos absolutos, ou seja, como que elas não pudessem dizer qualquer coisa, mas que refreassem seus impulsos. Por isso ele arremata, dizendo: « Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar E NÃO PROIBAIS FALAR LÍNGUAS. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem » (vv.39-4O).

HECTOR - Efésios 4, 14: Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.
Colossenses 2, 8: Cuidado que ninguém vos venha a enredar com a sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.
Até parece uma profecia estas passagens, pois já dizia para não seguirmos as doutrinas baseadas na artimanha e astúcia dos homens que só nos induzem ao erro. Vejam: Jesus diz claramente que a cada um segundo suas obras (Mateus 16, 27), no entanto dizem que só por crerem em Jesus estarão salvos, achamos que no fundo pedem mais é para crerem neles mesmos. Prometem aos seus profitentes que quanto mais dízimos derem mais Deus lhes proverá de tudo que necessitam, como se tal filosofia fosse de Jesus.

AIRTON - O comentário acima não tem nada a ver com os textos apresentados. Paulo fala aos cristãos para terem cuidado com as heresias, as sutilezas doutrinárias. Ele não está falando aos espíritas, para que estes se acautelem contra o cristianismo. Houve uma inversão de valores. Não vale a pena refutar as demais acusações, porque, como as outras, não apontam onde, como, quando e quem. Está errado o pastor ou denominação que diz que o dízimo é meio de salvação, e quanto maior for a oferta, maior o benefício. Nós já somos uma bênção, porque somos filhos de Deus; temos o Espírito Santo; temos um Pai que supre nossas necessidades; estamos libertos do domínio do pecado. O dízimo é para os abençoados. Dizimamos PORQUE somos salvos e abençoados; não dizimamos PARA conseguirmos salvação ou bênçãos complementares.

HECTOR - Efésios 4, 29: Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem.
Não cansam de efetuar calúnias contra o Espiritismo. Distorcem fatos somente para lhes cobrir os argumentos, agindo de maneira desonesta. Tudo frontalmente contra a palavra de Deus, que insistentemente dizem seguir.
Efésios 6, 9: E vós, senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus, e que para com ele não há acepção de pessoas.

AIRTON - Faltou citar fatos. “Não cansam de efetuar calúnias contra o Espiritismo”. Quem? Os evangélicos? O que disseram? Quais calúnias? Dizer que Deus condena o espiritismo não é calúnia. Que o falar com os mortos não faz parte do cristianismo, e que por isso o espiritismo não pode ser considerado cristão, não é calúnia. Dizer que para o cristianismo os espíritos de que os médiuns são possuídos são demônios, não é calúnia. Dizer que o espiritismo não acredita na existência do inferno, do Diabo e seus demônios, do Espírito Santo, do Juízo Final, da ressurreição e divindade de Jesus, não é calúnia. É verdade. Se há evangélicos que distorcem os fatos e caluniam, estes estão agindo incorretamente. Não se pode é generalizar. Também não posso dizer que todos os espíritas conhecem a Bíblia apenas superficialmente, e que distorcem os fatos, e apresentam interpretações completamente distorcidas, como temos visto aqui.

HECTOR - Colossenses 3, 25: Pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.
Algumas vezes ameaçam aos outros, principalmente com o "fogo do inferno" se não rezarem pela Bíblia deles, como se Deus fizesse alguma acepção de pessoas. Bem contrário ao que consta da palavra de Deus constante da Bíblia. Querem a todo custo impor seus conceitos e dogmas religiosos aos outros, não respeitando o direto do outro em seguir o caminho que melhor lhe convier.

AIRTON - Nunca dissemos que a Bíblia é nossa. Um pouco acima, o amado Hector reconheceu que os evangélicos dizem que a Bíblia é a palavra de Deus. Esses comentários estão mais para um desabafo, do que para uma argumentação racional. “Bem contrário do que consta da palavra de Deus constante da Bíblia”. Folgo em saber que o amado espírita, ainda que parcialmente, acredita na veracidade do Livro Sagrado, como palavra inspirada. Ao admitir que Colossenses 3.25 é a palavra de Deus, admite também, que todo o livro o é. No cap 2.12 está escrito que Jesus ressuscitou dos mortos; no verso 15, diz que Jesus venceu na cruz principados e potestades. Jesus teria vencido aos espíritos desencarnados, perversos, maus, ou a Satanás e seus demônios?

Ninguém pode ameaçar lançar alguém no inferno. A única coisa que podemos dizer é que quem morrer sem Cristo vai para o inferno. Quem ameaça de verdade é Jesus. Veja apenas dois versículos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41); “Serpentes, raças de víboras, como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.33).

HECTOR - 1 Tessalonicenses 2, 9: Porque vos recordais, irmãos, no nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus.
2 Tessalonicenses 3, 7-10: Pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão, de graça, à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes. Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar, também não coma.
1 Pedro 5, 2-3: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho.
Não vemos os seus líderes viverem à custa dos outros, via dízimo arrecadado? A imprensa noticiou casos em que os salários de alguns eram baseados em percentual do dízimo arrecadado. É por isso que afirmamos que o Deus deles é MAMON, não o nosso Deus citado por Jesus, o Deus-Pai. Será que ao conduzir o seu rebanho não são dominadores nem gananciosos?

AIRTON - A Bíblia ensina que quem prega o evangelho, viva do evangelho (1 Co 9.14). E mais: “Ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário” (Lc 10.7); “O que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui” (Gl 6.6). Está errado quem comete excessos, quem age por ganância, quem explora a boa fé dos fiéis, quem coloca o dinheiro como o sacrifício número um que o crente deve fazer para ser abençoado. O Justo Juiz julgará com justiça. Mas não é pecado ganhar salário pela atividade pastoral. Pastores e dirigentes não devem trabalhar na obra com ambição por dinheiro, nem com sede de poder. Porém, os “que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1 Tm 5.17).

HECTOR - 1 Timóteo 6, 3-10: Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocações, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida, e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele; tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmo se atormentaram com muitas dores.
Achamos que o amor ao dinheiro é a causa dos ataques que fazem à Doutrina Espírita. Como dizemos que a nossa salvação se encontra em nossas próprias mãos, somos uma ameaça aos líderes, assalariados pelos dízimos, que pregam serem os que possuem a "chave" da porta do céu. Com a ameaça do "fogo do inferno" retiram dos seus seguidores o suado dinheiro recebido pelo trabalho de cada um. São uns verdadeiros "usurpadores da casa de viúvas" como dizia Jesus. Por isso vivem a pregar difamações contra o Espiritismo.

AIRTON - O amado Hector “acha” que o espiritismo é combatido pelos evangélicos por causa do amor ao dinheiro. Não merece qualquer comentário, porque o achismo não está fundamentado. Sobre a ameaça do fogo do inferno, quem a faz é o próprio Jesus.

HECTOR - Tiago 3,13-14: Quem entre vós é sábio e entendido? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade.
Consideram-se os únicos bons entendedores da Bíblia. Não utilizam a mansidão quando é o caso de atacar os Espíritas. São facciosos, muitas vezes usam da mentira para sustentar suas posições. Tudo fatalmente contrário à palavra de Deus.

AIRTON - O amado Hector fala em mansidão, mas ele mesmo deixa manifesta falta de mansidão. Fala que é atacado, e ataca. Ora, para que fosse levado a sério, jamais poderia usar o mesmo tratamento pelo qual os evangélicos são acusados. Se algum evangélico mente ou por causa disso sente-se amargurado, está em situação irregular diante de Deus. Não digo a mesma coisa com relação aos espíritas, pois não conheço o coração de cada um.

HECTOR - 1 Pedro 3, 8: Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes, refreie a sua língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcança-la. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males. Se seguissem estas recomendações todos nós viveríamos em paz uns com os outros, mesmo pertencendo a correntes religiosas diferentes, mas infelizmente não é o que acontece.

AIRTON - Já respondi a argumentos quase semelhantes. A ordem de Jesus é para darmos continuidade à pregação do evangelho. A ordem da Bíblia é para pregarmos em tempo e fora de tempo. O exemplo que Paulo nos deixou foi de combate às seitas e heresias. O espiritismo se diz cristão, mas nega muitas das verdades ditas por Jesus, considerado por Kardec a “segunda revelação de Deus”; o espiritismo usa várias passagens da Bíblia para justificar suas doutrinas; Kardec fez uma interpretação particular da Bíblia ao escrever O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ora, julgamos de direito que o espiritismo continue dizendo que nele há salvação, que os espíritos são as vozes do céu; mas também temos o direito de esclarecer, dizer, ensinar que a verdade está no cristianismo. Nada mais democrático.

HECTOR - 2 Pedro 2, 12-14: Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco, tendo olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos.
2 Pedro 3, 16: Ao falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.
É a situação que se encontram quando querem combater o Espiritismo.

AIRTON - Antes de ser combatido, o espiritismo combateu o cristianismo. Ao escrever o Evangelho Segundo o Espiritismo, em 1864, Kardec nos chamou ao debate.

HECTOR - Nunca o estudaram, nada sabem a nosso respeito, pois só assim se poderia justificar tantos ataques, tantas calúnias, tantas inverdades, tantas deformações, mas se chegam a mudar até as Escrituras, o que se pode esperar deles?

AIRTON - São ataques irrefletidos, certamente elaborados em momentos de aflição da alma ou de uma raiva incontida.

HECTOR - Todos os princípios que adotamos constam da Bíblia, não a deles é claro, mas daquela que consta os ensinamentos de Jesus, pois em nada somos contrários ao que Ele ensinou, muito antes pelo contrário, estamos é para reforçar tudo quanto nos deixou.

AIRTON - Inferno, Juízo Final, ressurreição, Espírito Santo, salvação pela graça e fé, suficiência da Bíblia – tudo isso foi ensinado por Jesus. Tudo isso é negado pelo espiritismo.

HECTOR - Qual a conclusão de tiramos de tudo isso. É que a bem da verdade não seguem em nada as orientações da palavra de Deus constante da Bíblia.

AIRTON - Mais uma declaração descabida. Tenho a impressão que a comunidade espírita, onde há homens responsáveis e sóbrios, não dará apoio às investidas do amado Hector. Será mesmo que os evangélicos não seguem em nada as orientações da palavra de Deus?

HECTOR - Muitas vezes apenas as distorcem para combater ao que chamam de "obra do demônio". Entretanto lhes responderemos com as palavras de Jesus: Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistira o seu reino? Na Doutrina Espírita só se diz para seguirmos a Jesus, sempre fazer o bem, perdoar infinitamente, não caluniar quem quer que seja, tudo, portanto contrário ao reino do demônio.

AIRTON - Pelas palavras de Jesus, o perdoar sempre só pode ocorrer enquanto há vida, na vida terrena. Segundo Ele, haverá um momento em que todos serão julgados. Leia: “Quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras, mentirosos, a sua parte será no lago quer arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” (Ap 21.8); “Os injustos não herdarão o reino de Deus; nem devassos, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.9-19; outros: Gl 5.19-21; Ef 5.5). A ameaça do inferno está na própria Bíblia. Continuamos pregando que todos se arrependam enquanto há tempo, pois Cristo nos garantiu que voltará.

HECTOR - Na divulgação de Seus ensinos, palavra de Deus aos homens, Jesus sofreu constante e sistemático ataque dos sacerdotes, dos fariseus e dos saduceus, culminado com toda aquela trama que o levou à morte na cruz. Nos nossos dias o Espiritismo, sob inspiração do Alto,

AIRTON - “Sob inspiração do Alto”. Jesus falou isso?

HECTOR - querendo elucidar o verdadeiro sentido dos ensinos de Jesus, sofre o ataque de alguns líderes religiosos, são eles os sacerdotes, os fariseus e saduceus modernos. Serão eles a reencarnação dos antigos?

AIRTON - Não há um só teólogo evangélico que consiga interpretar corretamente a Bíblia? Somente o espiritismo pode fazê-lo? Ora, os apóstolos Pedro e Paulo conseguiram milhares de conversões somente anunciando exatamente aquilo que é negado pelo espiritismo, ou seja, o Cristo ressuscitado. A correta interpretação da Bíblia só viria dezoito séculos depois, a partir de Allan Kardec? Ora, a inspiração divina sobre Kardec teria vindo com bastante atraso.

HECTOR - O tempo passa, mas seus métodos são os mesmos de outrora. Mas como se diz num adágio popular: Só se atiram pedras em árvore que dá frutos, deve ser por isso que tanto nos combatem.

AIRTON - Talvez seja por isso que o pai do espiritismo procurou desde cedo enroscar-se na frondosa árvore do cristianismo.


HECTOR - Fonte Bíblica (usadas pelos protestantes/evangélicos): A Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible / Texto bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas porpor Charles Caldwell Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto. – São Paulo; Mundo Cristão, 1994.