As Armas de Nossa Milícia
Jamais teríamos condições de conhecer os ardis do nosso adversário, sua astúcia e forma de combate. Mas Deus sabe como ele trabalha e o que devemos fazer para destruir seus mísseis incendiários.
Pr. Airton Evangelista da Costa
TODA E QUALQUER ESTRATÉGIA MILITAR para uma guerra, ainda que de pequena dimensão, inclui o conhecimento do poder de fogo do adversário. Disso depende o êxito da empreitada.
Faz-se necessário também conhecer de antemão os pontos fracos e fortes do inimigo. As nações mais poderosas do planeta usam satélites espiões que informam qualquer movimento do adversário. Com isso, avaliam a conveniência de atacar pelos flancos, pela direita, pela esquerda, pelos ares, por terra ou pelas águas. Se o inimigo possui lançadores de mísseis de longo alcance, urge que essas fortalezas sejam destruídas logo no início do combate. O aparato bélico precisa ser mortífero, com poder de destruição superior ao do inimigo. A estratégia nas guerrilhas urbanas não pode ser diferente. Assassinos dispostos a matar ou morrer, munidos de AR-15, não podem ser enfrentados com policiais armados com revólveres 38.
A Igreja de Cristo trava uma batalha constante contra o diabo, nosso adversário invisível e poderoso: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). A sobriedade (sóbrio = grego sõphrõn) diz respeito ao autodomínio, equilíbrio, mente sã.
A batalha está deflagrada desde o princípio. Não há como fugir a essa realidade. A partir do momento em que nos alistamos como soldados de Cristo, assumimos a posição de combate e de firme resistência. O adversário “busca a quem possa tragar”.
Os leões, por instinto, possuem uma estratégia para atacar uma manada. Espreitam aquela caça desprevenida, descuidada, menos atenta, mais afastada do rebanho. E atacam com fúria e certeza de sucesso. O diabo busca as presas mais vulneráveis.
Jamais teríamos condições de conhecer os ardis do nosso adversário, sua astúcia e forma de combate. Mas Deus sabe como ele trabalha e o que devemos fazer para destruir seus mísseis incendiários.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). Ele age com astúcia, isto é, pela força do engano, como hábil enganador. A armadura precisa ser completa: “toda a armadura”. Não apenas uma parte dela. Um soldado não enfrenta um bandido armado apenas com o cassetete, ou apenas com uma arma de fogo. Deve usar a armadura no seu todo, como faziam os antigos soldados romanos. É assim que Deus quer que façamos. O inimigo é perigoso. Não fosse, Deus não nos faria advertência tão cuidadosa.
“Porque não temos que lutar contra carne e sangue; mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes as trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (v.12). A nossa luta não é contra pessoas visíveis. Seria até mais fácil. O conflito espiritual é contra Satanás e uma multidão de espíritos malignos. Estamos engajados nessa luta.
“Porque as armas de nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4).
A nossa vitória foi obtida na cruz, pelo próprio Cristo, que nos redimiu do domínio do maligno. Porém, trava-se dentro de nós uma luta contra os desejos corruptos, os prazeres ímpios do mundo, as tentações e contra as forças do mal. Deus nos indica a estratégia que devemos seguir. Precisamos estar com a verdade e a justiça; ter a fé como escudo para apagar “os dardos inflamados do inimigo”; usar a “espada do Espírito, que é a palavra de Deus”, vigiando e orando. (Ef 6.14-18).
Temos nessa relação armas de defesa e de ataque. A espada, simbolizando a Palavra, é arma de ataque e de defesa. No deserto, Satanás usou da palavra para tentar dobrar Jesus. Com a mesma Palavra, Jesus rebateu e o expulsou de sua presença (Mt 4.1-10). Portanto, convém que saibamos manejar bem essa espada. Os soldados conhecem suas armas por dentro e por fora: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
O poder das trevas é constituído de uma multidão muito bem organizada. É o império do mal com suas categorias e ordens. Cristo nos livrou desse poder, “em que noutro tempo andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2).
Cristo outorgou poderes à Igreja para em Seu nome expulsar demônios (Mc 16.17). Agimos por procuração. O poder está no outorgante. Para os que crêem, o nome de Jesus tem efeito devastador; é como um míssil lançado sobre as hostes inimigas. Agimos como soldados sob as ordens do Leão da Tribo de Judá, o Senhor dos senhores:
“Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2 Tm 2.3). Como soldados, estamos dispostos a sofrer, a enfrentar adversidades; a viver uma vida de renúncia, de rígida disciplina e de árduo trabalho. Não há como retroceder. Só os fracos fogem à luta.
“A luta é combate que os fracos abate, que os fortes, os bravos só pode exaltar” (Gonçalves Dias).
Não há fraqueza ao que luta destemido nessa batalha. Mas se houver fraqueza, devemos nos gloriar nelas, para que em nós habite o poder de Cristo. E diz o apóstolo: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco então sou forte” (2 Co 12.9-10).
02.12.06
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Assembléia de Deus Palavra da Verdade
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