Na língua hebraica páscoa é pessach e significa passagem ou passar por cima.
A páscoa era celebrada com a morte de um cordeiro no dia 14 de ABIBE (Março/Abril). ABIBE significa espigas verdes.
Durante o exílio, na Babilônia, o nome ABIBE foi substituído pelo nome babilônico NISÃ que significa começo ou abertura.
O nome NISÃ parece-nos bem apropriado, visto que em Êxodo 12:2 o Senhor disse a Moisés: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano”.
1. Páscoa Pagã.
a) Alguns povos do norte da Europa cultuavam uma deusa chamada Eostre.
I. Ela era cultuada como deusa da fertilidade e da vida;
II. Na primavera eles realizavam um festival em sua honra e comemoravam a chegada da “nova vida” – entenda-se aqui como reencarnação;
III. Este festival se chamava Easter (pronuncia-se ister)– Páscoa em inglês;
IV. Esse festival era marcado por rituais que enalteciam a fertilidade
1. Havia orgias sexuais
2. Virgens eram sacrificadas em adoração a deuses e deusas da fertilidade (Pan – Isis – Demeter – Ceres)
3. Etc.
b) Alguns fatos marcantes nesses rituais satânicos
A lenda da Orphic, sobre a origem do universo, diz que a terra foi chocada de um ovo enorme.
Nas comemorações desse festival, no Egito, Mesopotâmia e em algumas ilhas Britânicas, os ovos eram brilhantemente decorados e dados como presentes com votos de fertilidade e sucesso sexual.
* Os coelhos sempre foram adorados pelos povos pagãos, como símbolo dos deuses da fertilidade. Eles eram visto como:
- Símbolo da luxuria;
- Vigor sexual e reprodução.
* Em uma outra lenda pagã, diz que havia um grande pássaro que desejava tornar-se um coelho e foi procurar a deusa Eostre. Ela o transformou em um coelho e como gratidão, o pássaro/coelho, vinha a cada festival e, em honra a deusa Eostre, botava lindos ovos.
* Com o correr dos tempos essas e outras lendas, festas e tradições de povos diferentes acabaram se mesclando tornando-se a páscoa que hoje conhecemos.
* Nas religiões orientais, na mitologia grega, nas tradições populares, o ovo sempre teve significado de principio de vida. O ovo aparentemente morto contém uma vida que surge repentinamente, acreditando-se por isso, que ele seja o símbolo da páscoa da ressurreição.
* Aproveitando-se dessa situação, produtores e comerciantes de chocolate passaram a produzir “ovos” de chocolate e embrulha-los com papeis coloridos e brilhantes, difundindo a prática do oferecimento desses “ovos” como presente no dia de páscoa. Existem dúvidas se o inicio dessa prática teve origem no Egito ou na China, na idade média.
* A páscoa, então perdeu o seu sentido religioso e passou a ser explorada no sentido comercial.
2. O verdadeiro sentido da Páscoa Cristã.
* Libertação
A primeira celebração da páscoa marcou a libertação do povo de Israel da escravidão dos faraós do Egito – Aproximadamente 400 anos.
Observação: A festa foi instituída antes do povo sair do Egito. Porque?
Porque Deus quis ensinar que o sacrifício expiatório, a fé e a nossa obediência precedem a nossa plena libertação.
- Israel estava sendo liberto não apenas de Faraó, mas também do anjo destruidor.
3. Cristo e a Páscoa
A Páscoa contém um rico simbolismo profético falando de Cristo.
a) A Graça Salvadora – Deus tirou os israelitas da escravidão no Egito, não porque fossem merecedores, mas porque Deus os amou e porque Ele é fiel à Sua palavra. Da mesma forma, a salvação que recebemos de Cristo no vem através de sua maravilhosa graça. Efésios 2:8 a 10 “8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Tito 3:3 a 7 – “3 Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.4 Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, 5 não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, 6 que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, 7 para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.
b) Substituição – O Cordeiro pascoal era um sacrifício a servir de substituto do primogênito; isto profetiza a morte de Cristo em substituição à morte do Cristão - Romanos 3:25 – “23 Porque todos pecaram pe destituídos estão da glória de Deus, 24 sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, 25 ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; 26 para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”.
c) Perfeição do Filho de Deus – O Cordeiro separado para a morte tinha de ser sem mácula, esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito Filho de Deus – Hebreus 4:15 – “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.
d) Identificação com o Cordeiro – Alimentar-se do Cordeiro representava a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, morte que os salvou. Quando participamos da Santa Ceia como um memorial, nos identificamos com Cristo em sua morte vicária 1º Coríntios 11:24 - e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
e) Atitude de Fé – A aspersão do sangue nas vergas das portas, foi efetuada em atitude de fé. A salvação do cristão, mediante o sangue de Cristo, se obtém por meio da fé. Efésios 2:8 e 9 “8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
CONCLUSÃO:
A comemoração pascoal, de maneira apropriada, nos permite gozar da salvação e libertação do pecado, da morte e da miséria na qual estávamos e nos permite olhar para o futuro com renovadas esperanças da vinda do Filho de Deus.
Pr. Cláudio Luiz Spiti
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
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